Assistente Social Em Práticas Integrativas Complementares.

Assistente Social Em Práticas Integrativas Complementares.
Ciências Tradicionais Holisticas

domingo, 11 de setembro de 2011

ABORDAGEM COLABORATIVA TC



  Esta abordagem terapêutica é organizada em torno da definição dos sistemas humanos 
como sistemas lingüísticos, geradores de linguagem e significado, organizadores e dissolvedores 
de problemas. A prática dessa terapia define-se como relacional e dialógica, e, no escopo de sua 
ação e sustentação teórica podemos citar nomes como Tom Andersen, Kenneth Gergen, Lynn 
Hoffman, Lois Holzman, Sheila McNamee, Peggy Penn,  Jaakko Seikkula, Lois Shawver, Jonh 
Shotter, Harlene Anderson e Harry Goolishian (ANDERSON, 2007a). 
Ao compreender o diálogo como uma conversação transformadora a terapia apresenta-se 
como uma conversação de duas mãos de trocas colaborativas, em que o cliente é o especialista 
(ANDERSON, 1994, 1997; ANDERSON & GOOLISHIAN, 1992; 1988; GOOLISHIAN & 
WINDERMAN, 1988). O processo de terapia é a conversação terapêutica na qual o terapeuta é 
um participante ativo e “arquiteto do diálogo” (ANDERSON & GOOLISHIAN, 1988). O diálogo 
é considerado uma forma de conversação na qual o terapeuta e o cliente participam do co-
desenvolvimento de novos significados, novas realidades e novas narrativas, a partir de uma 

postura terapêutica de genuíno não-saber. 
A terapia colaborativa organizada como uma prática de parceria na conversação entre 
terapeuta e clientes coloca sua ênfase nos processos reflexivos e na abertura das palavras para os 
significados por elas construídos, bem como no processo de questionamento como contexto 
generativo em relação à mudança. Destaca-se particularmente nesta forma de fazer terapêutico, 
além de Anderson e Goolishian, o trabalho de Tom Andersen (ANDERSEN, 1987; 1991; 1995) e 
o de Peggy Penn, enfatizando a importância das diferentes vozes, a que vem da escrita, a que vem 
dos diálogos internos, além da que decorre das distintas conversações (PENN, 1985; 1998; 2001). 
A terapia colaborativa é considerada pelos seus praticantes mais como uma “abordagem” ou 
“suposições” sobre terapia do que teoria ou modelo. Encontramos no escopo dessa prática 

diferentes denominações, tais como terapia colaborativa, dialógica, conversacional, 
construcionista social, relacional e pós-moderna (ANDERSON & GEHART, 2007). Do ponto de 
vista da ação os terapeutas colaborativos procuram ater-se a forma como os clientes 
compreendem seus dilemas, a partir de dentro da própria conversação no momento da terapia, no 
contexto local mais do que das informações oriundas das suas pré-compreensões. Assim, as 
perguntas do terapeuta são norteadas pelo que é dito pelas pessoas, legitimando o seu 
conhecimento a partir de dentro da experiência vivida, ou seja, conhecimento local de cada 
pessoa participante do processo terapêutico. 
Para Anderson (ANDERSON, 1997; 2000; 2001; 2007a e 2007c) a terapia colaborativa é 

novos conhecimentos, novas identidades com maior auto-agência, expertise e futuros possíveis. 
Colocado como um parceiro conversacional, o terapeuta é aquele que, especializado em construir 
contextos de diálogo e relacionamentos colaborativos, coloca-se numa atitude de curiosidade 
genuína para aprender com o cliente sobre suas circunstâncias, sustentado pela crença de que o 
cliente é o especialista na sua vida. O processo de conversação que se instala como uma via de 
duas mãos, resulta numa exploração conjunta e co-desenvolvimento de novas possibilidades.    
A postura colaborativa convida o terapeuta a tornar público seus pensamentos e a deixar-
se transformar junto com o cliente, conforme a conversação segue adiante. Essa postura não se 
define como uma técnica nem visa produzir técnicas. O terapeuta colaborativo deixa de lado 
também a busca de intervenções terapêuticas, uma vez que a mudança decorre da própria 
conversação. O principal recurso que o terapeuta leva para o contexto de terapia é a si próprio 
como ser humano, capaz de estar em relação não hierárquica e a sustentar e promover uma 
conversação respeitosa abrindo espaço e dando as boas vindas para a incerteza e o inesperado. A 
palavra chave para essa abordagem é com – referindo-se a uma busca do terapeuta por estar com, 
de conectar-se e estar em relação com. Uma das grandes inovações teórico-práticas desta 

abordagem foi o conceito de sistema determinado pelo problema, contrapondo a noção da terapia 
familiar tradicional de que o sistema cria o problema (ANDERSON, GOOLISHIAN & 

WINDERMAN, 1986; ANDERSON & GOOLISHIAN, 1988; GOOLISHIAN & 
WINDERMAN, 1988). Nesse sistema organizado pelo problema, cabem tantas distinções de 
problema quantos forem os participantes no processo, colocadas nas próprias palavras das 
pessoas. Portanto, a terapia colaborativa abandona descrições objetivas, explicações e 
diagnósticos para referir-se às particularidades de das histórias narradas, colocando cada cliente 
como único e especial. Das descrições genéricas e impessoais para as particulares e especiais, 
Anderson (2007, c) ressalta que a ênfase foi colocada no cliente como pessoa, evidenciando 
assim, não apenas o seu lado humano, mas também o do terapeuta como pessoa, mais do que um 
técnico.   



mais uma instância filosófica ou uma filosofia de vida do que uma abordagem informada por uma 
teoria. Refere-se, a “[...] ‘uma forma de estar’ em relacionamento e conversação: uma forma de 
pensar com, de experimentar com, de estar em  relação com, agir com e responder para com as 
pessoas, que encontramos em terapia” (ANDERSON, 2007c, p. 43). Apoiando-se na noção da 
linguagem e do conhecimento como generativos, sua propriedade inventiva e criativa favorece 

Nenhum comentário:

Postar um comentário