Assistente Social Em Práticas Integrativas Complementares.

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Ciências Tradicionais Holisticas

domingo, 11 de setembro de 2011

TERAPIAS PÓS-MODERNAS – UMA APROXIMAÇÃO

Vivemos hoje na terapia familiar a uma multiplicidade de abordagens, tantas quantos 
forem os terapeutas em questão. Contudo, a ausência de um purismo de abordagens não significa 
uma anarquia epistemológica se considerarmos os marcos referenciais da pós-modernidade como 
seus denominadores comuns. Uma coerência epistemológica une as práticas pós-modernas de 
terapia em torno de alguns  pressupostos teóricos comuns que organizam a ação dos terapeutas: 
•  A consciência de que o terapeuta co-constrói no sistema terapêutico, em ação conjunta  
com a família, a definição do problema e das possibilidades de mudança; 
•  A crença de que toda mudança só pode se dar a partir da própria pessoa e da sua 
organização sistêmica autopoiética, sendo responsabilidade e especialidade do terapeuta a 
organização da conversação terapêutica;  
•  A mobilização dos recursos da família, da comunidade, das redes de pertencimento, 
legitimando o saber local de pessoas e contextos; 
•  Uma concepção não essencialista de self, compreendido como construído no contexto das 
relações e práticas discursivas; 
•  A visão da pessoa como autora de sua história e existência, competente para a ação, para 
o agenciamento de escolhas a partir de um posicionamento auto-reflexivo, moral e ético, 
podendo criar e expandir suas possibilidades existenciais; 
•  A ênfase sobre os significados socialmente construídos na linguagem e nos espaços 

dialógicos, sendo construídos nos discursos emergentes e, ao mesmo tempo,  responsáveis 
por suas transformações;  
•  A crença no diálogo, definido como um cruzamento de perspectivas, como uma prática 
social transformadora para todos os envolvidos, independente de seu lugar como terapeuta 
e cliente;  
•  A ênfase nas práticas de conversação e nos processos de questionamento como recurso 
para gerar reflexão e mudança, conforme expande os horizontes de terapeutas e clientes; 
•  A adoção de postura hermenêutica em que a compreensão é co-construída 
intersubjetivamente pelos participantes da conversação; 
•  A ênfase muito mais no processo do que no conteúdo das histórias, compreendendo as 
narrativas como locais e, portanto, idiossincráticas. 

Refletindo sobre o panorama atual da Terapia Familiar podemos considerar que sua 
consistência decorre de uma epistemologia unificadora pós-moderna apoiada numa hermenêutica 
contemporânea construída na intersubjetividade, envolvendo a pessoa do terapeuta como co-
construtor das realidades com as quais trabalha. A prática dessas terapias ditas pós-modernas 
envolve um trânsito do terapeuta entre teoria e prática de modo epistemologicamente coerente, de 
acordo com os meios que se lhe apresentem mais úteis e despertem seu entusiasmo e criatividade 
enquanto interlocutor qualificado.  
Enquanto uma prática social transformadora esta terapia se organiza a partir dos contextos 
locais e das histórias culturais de distintas comunidades lingüísticas. O respeito pela diversidade e 
multiplicidade de contextos com seus saberes locais implica numa terapia construída a partir da 
aceitação da responsabilidade relacional do terapeuta, legitimando os direitos humanos de bem 
estar e de exercício da livre escolha.  
Os imensos desafios que se apresentam para o terapeuta, vindos do campo da saúde 
mental, das instituições voltadas para o cuidado e tratamento da pessoa, dentro de uma 
perspectiva pós-moderna, convidam para a humildade na construção do conhecimento e 
conduzem, cada vez mais para uma ação transdisciplinar numa instância de trocas colaborativas 
entre os distintos domínios de saber e no uso de técnicas como recursos a serviço do bem estar. O 
caráter auto-referencial e de reflexividade presente nas terapias pós-modernas, desafiam o 
terapeuta a tornar explícitos os seus pré-juízos, os seus valores, suas opções ideológicas, nos 
limites da sua subjetividade, estabelecendo parâmetros para a clínica que pratica harmonizando 
de forma estética teoria e prática a serviço do bem estar das famílias que atende. 

A terapia narrativa de Michael White

 Situando-se também sob o guarda-chuva da  pós-modernidade, a Terapia Narrativa 
proposta por Michael White e sua equipe do Dulwich Centre de Adelaide na Austrália, define-se 
como um enfoque respeitoso, não culpabilizador que considera as pessoas como especialistas em 
suas vidas. Embora apresente diretrizes específicas para o terapeuta colocar-se em conversação 
com as pessoas, famílias e comunidades, esta terapia narrativa organiza-se também 
dialogicamente em mútua colaboração entre o terapeuta e todos os participantes do processo 
terapêutico. Os organizadores temáticos das conversações são dados pelas preferências das 
pessoas consultantes, às quais o terapeuta procura conhecer e se adaptar. Perguntas sobre o 
andamento da conversação, os caminhos que estão sendo percorridos, caminhos alternativos 
possíveis e preferidos, permitem ao terapeuta orientar-se por um território em que a pessoa em 
terapia coloca-se como cicerone. Os constantes ajustes de rota permitem não só respeitar os 
interesses das pessoas como também os seus conhecimentos – como insiders – numa atitude 
respeitosa e legitimadora por parte do terapeuta. 
Esta terapia narrativa enfatiza a desconstrução das histórias dominantes e das práticas 
subjugadoras do  self que, cristalizadas nos relatos sobre as vidas e identidades, restringem as 
possibilidades existenciais e têm o status de verdades sobre as pessoas e suas vidas. Começando 
pelo mapeamento dos efeitos do problema sobre a vida da pessoa, as relações, as perspectivas de 
futuro e a visão de si mesma, o terapeuta desenvolve uma conversação especial que promove o
 resgate das identidades dos domínios do problema, bem como a memória de que os problemas 
são construídos nos contextos das experiências vividas. A proposta de externalização, situando a 
pessoa e o problema como entidades distintas, contribui para desessencializar o  self, ao tornar 
conhecidos os contextos organizadores das narrativas opressoras das quais as pessoas constroem 
empobrecidas visões de si mesmas e restritas possibilidades existenciais (GRANDESSO, 2002; 
2006b). Partindo do pressuposto teórico de que a experiência é muito mais rica do que qualquer 
possibilidade narrativa (BRUNER, 1997), o terapeuta procura por acontecimentos extraordinários 
que contradigam as histórias dominantes, apresentando áreas da vida da pessoa livres da 

influência do problema e que descrevam um sentido de agência e competência. Ao resgatar a 
memória de episódios vividos que contradizem as histórias dominantes, o terapeuta promove uma 
conversação de re-escritura das histórias de identidade, ao incluir nas novas narrativas aspectos 
negligenciados pelas histórias dominantes.  A reconstrução narrativa decorrente do trabalho 
terapêutico caracteriza este modelo de terapia como sendo de re-autoria da autobiografia. 
Considerando-se que as histórias são construídas e legitimadas no mundo da vida, o terapeuta 
narrativo pode fazer-se valer de participantes convidados pela pessoa em terapia, funcionando 
como testemunhas externas das novas versões de identidade fora dos domínios do problema. 
Pessoas vivas ou mortas que por alguma razão  foram referências importantes para a pessoa no 
passado, podem ter resgatadas suas vozes, fazendo-se presentes ou na imaginação, através dos 
processos de questionamento ajudando não só a construir histórias mais ricas como a ancorá-las. 
Assim, considerando a vida como se fosse um clube, influenciado pelo trabalho da antropóloga 
cultural Bárbara Myerhoff que trabalhou com uma prática conhecida como  cerimônia de 
definição6
, uma prática narrativa nesses moldes, favorece a abertura para mundos mais ricos, ao 
promover a polifonia vinda de diferentes contextos de relação.  

Embora essa prática de terapia conte com muitos recursos de conversação – conversações 
externalizadoras, conversações de  re-autoria, conversações de re-associação (do inglês re-
membering), uso de testemunhas externas, rituais terapêuticos, cerimônias e documentos – cada 
processo terapêutico é único e como diz Morgan (2000), muitos são os caminhos possíveis, 
cheios de bifurcações, idas e vindas, cada passo conduzindo a um novo horizonte possível e cada 
pergunta a uma nova versão de vida.   
O trabalho criativo do terapeuta narrativo na construção de  “mapas narrativos” 
(WHITE, 2007), exige do terapeuta uma postura de escuta atenta e de paciência para as idas e 
vindas nos andaimes que alicerçam e sustentam as novas narrativas. Apoiado nas idéias de 
Michel Foucault, White define o terapeuta narrativo como uma espécie de ativista sociopolítico 
que denuncia práticas culturais colonizadoras que marginalizam pessoas e comunidades em nome 
de discursos normatizadores e dominantes. Todo o trabalho de Michael White, David Epston, Jill 
Freedman e Gene Combs, ilustram essa prática de terapia libertadora (WHITE, 1988; 1991; 1993; 
2004; 2007 WHITE & EPSTON, 1990; FREEDMAN & COMBS, 1996).  

ABORDAGEM COLABORATIVA TC



  Esta abordagem terapêutica é organizada em torno da definição dos sistemas humanos 
como sistemas lingüísticos, geradores de linguagem e significado, organizadores e dissolvedores 
de problemas. A prática dessa terapia define-se como relacional e dialógica, e, no escopo de sua 
ação e sustentação teórica podemos citar nomes como Tom Andersen, Kenneth Gergen, Lynn 
Hoffman, Lois Holzman, Sheila McNamee, Peggy Penn,  Jaakko Seikkula, Lois Shawver, Jonh 
Shotter, Harlene Anderson e Harry Goolishian (ANDERSON, 2007a). 
Ao compreender o diálogo como uma conversação transformadora a terapia apresenta-se 
como uma conversação de duas mãos de trocas colaborativas, em que o cliente é o especialista 
(ANDERSON, 1994, 1997; ANDERSON & GOOLISHIAN, 1992; 1988; GOOLISHIAN & 
WINDERMAN, 1988). O processo de terapia é a conversação terapêutica na qual o terapeuta é 
um participante ativo e “arquiteto do diálogo” (ANDERSON & GOOLISHIAN, 1988). O diálogo 
é considerado uma forma de conversação na qual o terapeuta e o cliente participam do co-
desenvolvimento de novos significados, novas realidades e novas narrativas, a partir de uma 

postura terapêutica de genuíno não-saber. 
A terapia colaborativa organizada como uma prática de parceria na conversação entre 
terapeuta e clientes coloca sua ênfase nos processos reflexivos e na abertura das palavras para os 
significados por elas construídos, bem como no processo de questionamento como contexto 
generativo em relação à mudança. Destaca-se particularmente nesta forma de fazer terapêutico, 
além de Anderson e Goolishian, o trabalho de Tom Andersen (ANDERSEN, 1987; 1991; 1995) e 
o de Peggy Penn, enfatizando a importância das diferentes vozes, a que vem da escrita, a que vem 
dos diálogos internos, além da que decorre das distintas conversações (PENN, 1985; 1998; 2001). 
A terapia colaborativa é considerada pelos seus praticantes mais como uma “abordagem” ou 
“suposições” sobre terapia do que teoria ou modelo. Encontramos no escopo dessa prática 

diferentes denominações, tais como terapia colaborativa, dialógica, conversacional, 
construcionista social, relacional e pós-moderna (ANDERSON & GEHART, 2007). Do ponto de 
vista da ação os terapeutas colaborativos procuram ater-se a forma como os clientes 
compreendem seus dilemas, a partir de dentro da própria conversação no momento da terapia, no 
contexto local mais do que das informações oriundas das suas pré-compreensões. Assim, as 
perguntas do terapeuta são norteadas pelo que é dito pelas pessoas, legitimando o seu 
conhecimento a partir de dentro da experiência vivida, ou seja, conhecimento local de cada 
pessoa participante do processo terapêutico. 
Para Anderson (ANDERSON, 1997; 2000; 2001; 2007a e 2007c) a terapia colaborativa é 

novos conhecimentos, novas identidades com maior auto-agência, expertise e futuros possíveis. 
Colocado como um parceiro conversacional, o terapeuta é aquele que, especializado em construir 
contextos de diálogo e relacionamentos colaborativos, coloca-se numa atitude de curiosidade 
genuína para aprender com o cliente sobre suas circunstâncias, sustentado pela crença de que o 
cliente é o especialista na sua vida. O processo de conversação que se instala como uma via de 
duas mãos, resulta numa exploração conjunta e co-desenvolvimento de novas possibilidades.    
A postura colaborativa convida o terapeuta a tornar público seus pensamentos e a deixar-
se transformar junto com o cliente, conforme a conversação segue adiante. Essa postura não se 
define como uma técnica nem visa produzir técnicas. O terapeuta colaborativo deixa de lado 
também a busca de intervenções terapêuticas, uma vez que a mudança decorre da própria 
conversação. O principal recurso que o terapeuta leva para o contexto de terapia é a si próprio 
como ser humano, capaz de estar em relação não hierárquica e a sustentar e promover uma 
conversação respeitosa abrindo espaço e dando as boas vindas para a incerteza e o inesperado. A 
palavra chave para essa abordagem é com – referindo-se a uma busca do terapeuta por estar com, 
de conectar-se e estar em relação com. Uma das grandes inovações teórico-práticas desta 

abordagem foi o conceito de sistema determinado pelo problema, contrapondo a noção da terapia 
familiar tradicional de que o sistema cria o problema (ANDERSON, GOOLISHIAN & 

WINDERMAN, 1986; ANDERSON & GOOLISHIAN, 1988; GOOLISHIAN & 
WINDERMAN, 1988). Nesse sistema organizado pelo problema, cabem tantas distinções de 
problema quantos forem os participantes no processo, colocadas nas próprias palavras das 
pessoas. Portanto, a terapia colaborativa abandona descrições objetivas, explicações e 
diagnósticos para referir-se às particularidades de das histórias narradas, colocando cada cliente 
como único e especial. Das descrições genéricas e impessoais para as particulares e especiais, 
Anderson (2007, c) ressalta que a ênfase foi colocada no cliente como pessoa, evidenciando 
assim, não apenas o seu lado humano, mas também o do terapeuta como pessoa, mais do que um 
técnico.   



mais uma instância filosófica ou uma filosofia de vida do que uma abordagem informada por uma 
teoria. Refere-se, a “[...] ‘uma forma de estar’ em relacionamento e conversação: uma forma de 
pensar com, de experimentar com, de estar em  relação com, agir com e responder para com as 
pessoas, que encontramos em terapia” (ANDERSON, 2007c, p. 43). Apoiando-se na noção da 
linguagem e do conhecimento como generativos, sua propriedade inventiva e criativa favorece 

DESENVOLVIMENTOS NO CAMPO DA TERAPIA FAMILIAR

 - TERAPIAS PÓS-MODERNAS: CONCEITOS TEÓRICOS E PRÁTICAS 

 Uma mudança na dança entre teoria e prática, alicerce das abordagens pós-modernas de 
terapia vem do pioneiro grupo do MRI, na pessoa de don Jackson que abriu espaço para um 
importante legado para as práticas pós-modernas de terapia – a mudança da tradição de ensinar ao 
cliente a linguagem do terapeuta para ensinar ao terapeuta a linguagem do cliente (ANDERSON 
& GEHART, 2007). Essa mudança tanto metafórica como literal de deixar-se conduzir pelo 
cliente, aprendendo e falando sua linguagem, foi central para as novas metáforas teóricas que 
passaram a organizar as terapias pós-modernas.  
 Como acontece em inúmeras situações na história da construção do conhecimento e do 
desenvolvimento das práticas, uma intenção orientadora numa determinada direção e com um 
determinado propósito acabam construindo um contexto gerador de uma alternativa não 
intencionada, mas suficientemente inovadora, criativa e generativa para uma nova abordagem ou 
uma nova compreensão. Assim desenvolveram-se as abordagens pós-modernas para a terapia, 
como um salto qualitativo, acompanhando as mudanças paradigmáticas que aconteceram nas 
ciências em geral, organizando o sistema de idéias e práticas numa nova direção. 
  Distintas abordagens de terapia familiar situam-se sob os marcos referenciais da pós-
modernidade, dentre as quais destaco as terapias colaborativas de base dialógica e as terapias 

narrativas, além das que resultaram de mudanças epistemológicas nas tradicionais terapias 
estruturais e estratégicas que abraçaram as idéias construtivistas. De acordo com Anderson 
(1997), as teorias terapêuticas podem ser descritas, analisadas e comparadas a partir de três 
questões básicas:  
1.  a posição do terapeuta – como define seu papel e seu propósito; 
2.  o processo de terapia – o que acontece e se entende como devendo acontecer para 
que haja uma mudança terapêutica;  
3.  o sistema terapêutico – incluindo as metas da terapia  e dos participantes no 
processo. 
De acordo com essas questões podemos dizer que cada teoria influi em como o terapeuta fala e 
age e quais a s suas intenções no seu falar e fazer. Sucintamente, considero a seguir como 

respondem a essas questões algumas das práticas pós-modernas da Terapia Familiar
. Cumpre lembrar que esta classificação tem um caráter meramente didático, pois, uma das conseqüências 
da era pós-moderna envolve o questionamento de fronteiras rígidas entre disciplinas e práticas, 
mantida porém , uma coerência epistemológica   

A TERAPIA COMUNITÁRIA

"A Terapia Comunitária é um instrumento que nos permite construir redes sociais solidárias de promoção da vida e mobilizar os recursos e as competências dos indivíduos, das famílias e das comunidades. Procura suscitar a dimensão terapêutica do próprio grupo valorizando a herança cultural dos nossos antepassados indígenas, africanos, europeus e orientais, bem como o saber produzido pela experiência de vida de cada um". (Adalberto Barreto)
Este espaço se propõe a ser um lugar coletivo de trocas, práticas e fazeres. Considerando o humano como inacabado, estamos sempre nos fazendo e nos refazendo. Incitamos a diversidade, a pluralidade, valorizando a diferença, o novo. Somos cuidadores, Terapeutas Comunitários, balançando no barco das águas, a partir de um movimento que surge na cidade de Nova Friburgo-RJ, a Terapia Comunitária, movimento de troca de experiências de vida, valorização da autoestima e resgate da identidade cultural.


TERAPIA COMUNITÁRIA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A PRÁTICA 
Essa prática que a princípio poderia ser considerada uma atenção ao problema 
individual, aconteceu no término da sessão de Terapia Comunitária, após o Ritual de 
Encerramento próprio de cada sessão. Poderíamos ser questionadas quanto ao sentido disto 
tudo numa abordagem de Terapia Comunitária. No entanto, no meu entender, Sr. José vivia 
na comunidade em que trabalhávamos uma típica situação de exclusão. Estava sempre 
presente, mas nunca levado a sério, como acontece muitas vezes àqueles que parecem senis 
e/ou insanos. Contudo, toda situação de exclusão, instala um círculo vicioso de 
interconstituição entre excluído/exclusor. Ou seja, a exclusão implica tanto o excluído 
como aquele que exclui, num interjogo dialético de interconstituição. Assim, ao 
trabalharmos a inclusão de Sr. José estávamos também trabalhando a ação de incluir da 
rede social formada pelos participantes da sessão. Se, por um lado Sr. José pôde se 
beneficiar da sua nova condição de inclusão, os participantes presentes puderam viver uma 
prática de respeito e de valorização do outro como legítimo outro. Portanto, essa foi uma 
via de duas mãos, permitindo transmutar o círculo vicioso da exclusão em círculo virtuoso 
da inclusão. 
Como surgiu essa compreensão da história e essa idéia do Ritual Terapêutico, além 
da nossa própria criatividade? Como uma prática narrativa de desconstrução de significados 
de uma história dominante, tal prática decorreu de nosso entendimento da abordagem 
 narrativa. Tal abordagem, aliada ao modelo  de Terapia Comunitária Sistêmica, proposto 

   por Adalberto Barreto, conforme co compreendo, amplia as possibilidades de organização 
da conversação terapêutica, organizando o interjogo de perguntas e de escuta, bem como 
valendo-se de processos reflexivos que ampliam não só os recursos do terapeuta 
comunitário como as possibilidades de construir contextos de mudanças nos participantes 
em geral. Assim, entendo ser útil para os cursos de formação a inclusão dos princípios e 
recursos das abordagens narrativas, tanto para estruturar a conversação terapêutica como 
para organizar contextos vivenciais para os participantes poderem narrar as próprias 
histórias a partir de organizações temáticas e outros significados mais libertadores.  

E AGORA JOSÉ

 QUEM VAI ACREDITAR NA SUA HISTÓRIA? DO 
DELÍRIO À LIBERTAÇÃO 
É nesse contexto que se insere a história de Sr. José, um maranhense que vivia numa favela da periferia de São Paulo e participante das sessões de Terapia Comunitária das quais eu pude ser uma das terapeutas.
 Aprisionado numa narrativa cuja organização temática configurava uma defesa por não ter roubado galinhas na terra em que nascera e crescera, Sr. José respondia a toda e qualquer tentativa de conversação, contando a mesma história: ‘ói gente, eu não roubei galinhas.
  Eu sou um cara trabalhador e eu não roubei galinhas. Se roubei... Só se foi dormindo..
.”  Naturalmente, uma tal narrativa, redundante e descontextualizada, configurava um círculo vicioso afetando negativamente a aceitação e inclusão de Sr. José nas práticas de convivência no grupo, da mesma forma que a presença de Sr. José com esse discurso também revertia em mal estar para os presentes.
 Desde a primeira vez que Sr. José participou de uma sessão de Terapia Comunitária, pudemos 
compreender o que Sluzki (1997) chama de espiral de deterioração recíproca, ao descrever 
o impacto negativo das dificuldades crônicas tanto na saúde do indivíduo como na 
qualidade da rede social da qual ele faz parte.
 Inevitavelmente, um tal discurso tanto contribuía para uma retração da rede social possível para Sr. José, poucos o levavam a sério e manifestavam qualquer interesse em estar com ele.
 Mesmo dentro da sessão de Terapia Comunitária, quando Sr. José respondia a todo e qualquer aporte contando a mesma história, as pessoas riam e mudavam de assunto, resultando numa aura de isolamento cada vez mais intenso...
Sabemos também, pelos estudos sobre rede social que pessoas menos integradas socialmente têm uma qualidade empobrecida de vida, estando mais sujeitas ao adoecimento e até mesmo às morte.
 Por outro lado, um senhor idoso e motivo de risos num grupo de Terapia Comunitária, sem dúvida, não poderia contribuir para uma dinâmica saudável, se tivermos como eixos norteadores o respeito incondicional pelo ser humano.




Apesar da repetitividade do discurso de Sr. José, chamou-nos a atenção que, a
história dominante sobre um suposto roubo de galinhas, não havia tomado conta de todas as
possibilidades de estruturação de seu pensamento. Numa sessão de Terapia conduzida por
Adalberto Barreto com nossa comunidade, quando de um workshop em São Paulo, Sr. José
respondeu com a mesma história a uma pergunta dirigida por Adalberto a cada membro
presente - ‘Por que as pessoas bebem?’
 Da mesma forma que sempre acontecera, os participantes riram. Porém, naquele momento, uma agente comunitária presente, colocando-se na frente do velho senhor e olho no olho, lhe disse: “Não é isso, Sr. José... ele está perguntando por que as pessoas bebem...” Surpreendentemente, Sr. José respondeu:
“Ah... é por amor e por falta de dinheiro no bolso..
.” Contudo, na sessão posterior que realizamos, agora sem a presença de Adalberto Barreto, a mesma história de auto-defesa por não ter roubado galinhas voltou a aparecer no discurso de Sr. José. Conviver com essa história tal qual havíamos feito até então, no nosso entender estava servindo não só para
cristalizá-la, mas também por manter uma a atitude de desvalorização da comunidade em
relação ao solitário senhor.
Assim, decidimos realizar um Ritual de Expiação de Dívidas

TERAPIA COMUNITÁRIA:

                 
           
Dadas as características da  Terapia Comunitária  (BARRETO, in press; 
GRANDESSO, 2003) o sistema que se constitui a cada sessão é um sistema móvel, 
formado, geralmente, por pessoas que participam continuamente a cada sessão e por 
aqueles que o fazem ocasionalmente, podendo ou não regressar, muitas vezes 
comparecendo muito esporadicamente. As pessoas participantes de uma sessão de terapia 
comunitária não mantêm necessariamente uma história de vínculos e convivência em outros 
contextos além da própria sessão. Muitas vezes, o que têm em comum, é simplesmente o 
fato de serem usuários de um mesmo sistema de saúde, de um mesmo espaço público, 
como por exemplo, um parque, um posto de atendimento médico. Taís formas de 
pertencimento não são condição suficiente para organizar essas pessoas como sistema. Um 
sistema tem uma dinâmica própria que, na linguagem conceitual costumamos expressar 
dizendo – é mais que a soma das partes e ao mesmo tempo, menos que a soma das partes, 
dadas as inúmeras formas possíveis de ação no mundo de cada membro. Para que os 

 participantes de um espaço comum possam ser considerados como formando um sistema, 
algo deve se passar entre eles que favoreça conexões, caracterizadas como uma rede de 
trocas interativas que os coloquem em relação uns com os outros, num interjogo de ação e 
emoção. Tais ações e emoções são organizadas pelas redes de conversações que contribuem 
tanto para constituir o sistema como para dissolvê-lo.   
A prática da Terapia Comunitária tem como uma de suas decorrências, constituir 
um grupo como um sistema, conforme organiza pessoas numa rede de conversações 
qualificadas com um propósito de favorecer, além do alívio do sofrimento, mudanças que 
ampliem as condições de uma existência com mais dignidade, respeito e cidadania.
Aliás, se tomarmos o sofrimento como organizador de sistemas de significados, pessoas sofrem de um mesmo mal, como a pobreza, a discriminação, o preconceito, os mal-tratos, reconhecem no outro que sofre dos mesmos males, um semelhante.


 Sabemos que o sofrimento de uma pessoa é tão idiossincrático que jamais poderia ser igual ao da outra, 
mas isto não impede que se instale significados compartilhados, tecidos pelos laços das ressonâncias em que a dor de um ativa o reconhecimento de dores semelhantes nos outros. 
Todos nós sabemos que reconhecer uma situação como sendo um problemaé o primeiro 
passo na busca de possibilidades de mudança. 

terça-feira, 6 de setembro de 2011

RELAÇÕES DE PODER CONTRADITÓRIAS

Primeiramente diríamos que o objetivo deste  trabalho é propor uma discussão sobre as  formas de  intervenção na comunidade como um CAMPU, o espaço para transformação do novo paradigma (Boaventura de Souza Santos, 2000). Entende-se comunidade como uma das possibilidades deste espaço e a terapia comunitária como um modelo  de  intervenção  nesta  perspectiva.
  As  comunidades,  os  espaços  compostos  pelo  vinculo  e  a  noção pertencimento, não deixam de esbarrar nas instituições e institucionalizações.
É pensando nesta questão de interferências nas relações de poder e sobreposições hierárquicas nos trabalhos comunitários que resolvi trazer esta discussão para este congresso, e baseado nesta proposição que se constitui o segundo objetivo deste trabalho.
  Trabalhando  em  diversas  comunidades  que  pude  perceber  quantas  parcerias  formamos  e  como podemos constituir uma rede fortalecedora e que favoreça a resolução de conflitos das pessoas e, o quanto, ao mesmo  tempo,  nos  deparamos  com  forças  contraditórias  institucionais  que  podem  enfraquecer  a  rede,  a comunidade e os  indivíduos.
A modalidade de desenvolvimento deste  trabalho será a conversação a  influência de
poder institucional religioso e público (governamental). Num segundo momento estarei realizando uma oficina
para  trabalhar  com  estes  temas  o  âmbito  do  desenvolvimento  das  resiliências  no  terapeuta  comunitário.
Conclusão: No mundo psi, sempre há interferência no universo do outro, isto vem do perguntar , da referencia
dinâmica social e histórica, condicionada pelo contexto, composto nos espaços e nos habitus, entendido como: subjetividades sem  fronteiras.
O que nos  leva a reflexão: de como se constróem os contextos das  terapias comunitárias e como eu  terapeuta comunitário  interfiro? Aqui então se delineia o  terceiro objetivo deste  trabalho. Na terapia comunitária a intervenção embora esteja composta pela pergunta, desenvolve-se na perspectiva da Horizontalização e assim sobrepõe-se ao poder .
Na medida em que a conversação é horizontal e o terapeuta comunitário é um condutor , um maestro que conhece as notas, mas não diz qual a música que será tocada, permite a própria comunidade construir seu saber , portanto é este saber fruto da vivência, na fonte, a resiliência que está ao lado do poder das instituições.
O fortalecimento da rede pela comunidade, inclui as instituições de poder .
Assim entendo que embora dialético, o trabalho está na possibilidade de inclusão, na medida em somam-se os  saberes e detectam-se as  resiliências nos  indivíduos.
A  construção das  subjetividades é marca dos  trabalhos sistêmicos comunitários, na medida em que o próprio  indivíduo e a comunidade se  fortalecem  buscam o salvamento da alienação social,  tornando-se cônscios de si e do outro.
  Neste  trabalho a consciência, a  inclusão e o  saber  têm  sido as maneiras de as maneiras de  lidar  com o poder nas  comunidades.

RELATO DE EXPERIÊNCIA

O homem contemporâneo, principalmente aquele que vive nas grandes cidades, vem buscando qualidade de
vida, onde o resgate do viver cotidiano de pessoas os expõe a uma gama de situações de risco para sua própria integralidade, o que sinaliza para a necessidade de intervenções visando à restauração da auto-estima, pilar básico para a construção e manutenção de espaços saudáveis de convivência.
A Terapia Comunitária, a qual trabalha perdas e se baseia no referencial positivo de cada um, tem se mostrado como instrumento eficaz nesse sentido.
Entre os objetivos, destaca-se o resgate da auto-estima através da utilização da metodologia da Terapia Comunitária  em  usuários  dos  serviços  ambulatoriais  do  Hospital  das  Clínicas  da  UFPE,  durante  o  ano  de 2003.
Trata-se de estudo de relato de experiência - vivência, cujo público-alvo envolveu usuários do ambulatório de Puericultura do HC/UFPE, no período de fevereiro a dezembro de 2003 e consistiu das seguintes etapas: Dinâmicas de acolhimento, desenvolvimento da Terapia propriamente dita (escolha do tema, contextualização e problematização) e encerramento (partilha e rituais de agregação e apoio).
A análise  final revelou entre os  temas mais  freqüentemente escolhidos:  relacionamentos afetivos, dificuldades na comunicação  familiar ,  limites na educação dos filhos e relacionamentos no ambiente de trabalho. 
A avaliação rotineira desenvolvida na fase de encerramento e mesmo na escolha de temas em sessões subsequentes, tem revelado aumento / melhora dos
indicadores de auto-estima:  identidade, autocuidado,  relacionamentos  interpessoais, vínculos  significativos,
definição de objetivos e metas de vida. A partir das avaliações realizadas ao final dos encontros, foi possível
estabelecer o  link entre as vivências e as questões da vida cotidiana e profissional,  favorecendo o processo
reflexivo, reforçando a responsabilidade de cada um no processo de mudança social. Palavras-chave:
Saúde mental  - Humanização  - Terapia Comunitária

PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES E TERAPÊUTICAS

Procedimentos de grupo de integração familiar a partir do paradigma da complexidade.
Pensar e atuar em rede, hoje é um desafio que enfrentamos para colocarmos em ação as propostas teóricas das ciências sociais para atender as demandas de uma sociedade vulnerável e cada vez  com menos possibilidades de garantir-se uma vida com qualidade.
Em busca de uma prática de saúde mais eficiente em casos específicos de famílias, a equipe de saúde  composta  pela  Assistente  Social,  Médica  Geral Comunitária, Psiquiatra, Enfermeira, Odontologia, Auxiliar de Enfermagem e Agente Comunitária de Saúde realizam a  reintegração  familiar na  tentativa de  resolver casos de  risco social há muito  tempo em atenção individual sem  resultado. A partir do diálogo entre profissionais surgiu a  idéia de "reunir  toda  família" para encontrar uma saída para o problema de alcoolismo do casal G. e de M., uma pessoa portadora de sofrimento mental. OBJETIVOS: Oportunizar a  reintegração  familiar em  sessão  terapêutica de  rede; OBJETO:
Considera-se a família um núcleo com os vizinhos próximos, amigos e parentes.
METODOLOGIA:
Na metodologia, este trabalho conta com a proposta de avaliar o trabalho em rede com propósitos assistenciais para construir ou reconstruir cadeias  importantes de abordagens concretas  frente a problemáticas graves de atenção urgente, com propósitos sócio-educativos-promocionais  para  ativar  grupos  que  mediante  o  diálogo,  a  negociação  e  o  respeito  a diversidade  trabalhem  ao  redor de  assuntos de  interesses;  e  com propósitos  terapêuticos para  ampliar  as fronteiras do sistema significativo das pessoas no conjunto de vínculos  inter pessoais que não se esgotam nos de família e enriquece o potencial de ação clínica.
O estudo ocorre através de dois casos e de pesquisa bibliográfica
para  a  fundamentação  teórica  e  a metodológica.
CONCLUSÃO: 
Estado ante as problemáticas sociais criadas e acentuadas pela desigual distribuição do produto social. Este
parece como alternativa de tratamento, sobretudo no marco institucional, é uma estratégia facilitadora para
serviços de  saúde mental ou programas  semelhantes de promoção da  saúde ou  segmentos em  situações de  crise.
A  intervenção em rede vai mais além porque  teoricamente se apoia na  idéia de que a  família não pode ser  isolada de um contexto maior que a contém e a determina sociais, culturais, econômicas e ideologicamente. Não se pretende que a intervenção em rede se converta em uma panacéia em uma moda, o que se pretende é que se analise criticamente a viabilidade desta alternativa de ação  terapêutica mediante processos de  investigação ação e avaliação de resultados com parâmetros criados para tal afeito e não com aqueles que nascem da inércia institucional ou unicamente do olhar que busca  ler dados quantitativos.

BRINQUEDOTECAS E TERAPIA

Trata-se aqui de uma realização em Terapia Comunitária com dois diferentes grupos em Piracicaba, cidade do interior do Estado São Paulo.
Em um dos grupos as mães das crianças frequentadoras de Brinquedotecas são atraídas pela possibilidade de encontrarem-se mensalmente,  cuidarem de  si mesmas e umas das outras.
Nos dois grupos  notamos:  as  crianças  participantes  ocuparam-se  também  da  distribuição  dos  agrados  alimentícios apresentados nos  intervalos.
Acolhidas com o auxílio da música em violão, participaram com cantos adequados a momentos  específicos.  Metodologicamente,  praticamos  os  passos  do  Acolhimento,  Escolha  do  tema,  a Contextualização, a Problematização, Rituais de Agregação e Conotação Positiva, finalizando com a Avaliação,
passos esses propostos por Adalberto Barreto. Evolução satisfatória no tocante às expressões de bem estar e de alívio na dor , muitas vezes expressas, até quando  se vêm  fortificadas a ponto de dizerem:  "tudo  continua horroroso, mas estou ótima".
O enfrentamento de situações problemáticas familiares ocorre com mais força, para  luta ou aceitação.
Os grupos  continuam em assistência  com  freqüência variável.

OUVINDO O ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI.

 "A GENTE TEM UMA VOZ, MAS ALGUÉM ESCUTA
ELA? NINGUÉM. A NOSSA VOZ É A VOZ DO RAP"
Adolescentes envolvidos com drogas no contexto de medidas sócioeducativas) nos ensinou que, para conhecer o universo destes adolescentes, era preciso ouvir sua voz.
Uma das maneiras de fazer isso, por sugestão dos próprios adolescentes, foi a escuta e o entendimento das letras das músicas de "rap" que eles invariavelmente pediam que colocassem, como fundo musical, durante todas as oficinas.
O "rap" foi o estilo musical eleito por unanimidade  por  estes  adolescentes.  Compreendendo  que  essas  letras  traduziam  sentimentos,  valores  e ambições desses adolescentes, decidimos promover um espaço para que eles pudessem expressar-se  livremente por meio da criação de letras que tratassem sobre temas de suas próprias vidas, suas aventuras e desventuras.
Portanto, essas oficinas tinham por objetivo conhecer a história - real ou fantasiada - e o projeto de vida dos
adolescentes retratados nas produções das letras, assim como, nos registros obtidos por meio das observações dos  terapeutas.
Foram  realizados  12  encontros  quinzenais,  com média  de  oito  adolescentes  por  encontro, durante seis meses, no Centro de Desenvolvimento Social de Brasília.
A metodologia de trabalho inspirou-se na terapia comunitária com  referencial  teórico-prático do psicodrama.
A atividade alcançou o seu propósito de construção de  textos de significativo  conteúdo psicossocial, viabilizou a  reconstrução de novas possibilidades que não aquelas apresentadas como fatalmente as únicas possíveis em suas vidas, além de ter mobilizado recursos

- TERAPIA COMUNITÁRIA: RETALHOS DO COTIDIANO

A partir de agosto de 2002, a Terapia Comunitária vem sendo utilizada como ferramenta terapêutica, , que atuam com adolescentes e jovens.
Os temas emergentes são aqueles relacionados ao cotidiano de quem encontra nas ruas da cidade seu espaço de sobrevivência e moradia, quais sejam: a violência sofrida e exercida seja na família ou na rua; o desemprego; o desejo de largar as drogas; a vontade de mudar de vida; as  relações  familiares; o preconceito e a discriminação.
Como avanços destacamos: a sistematicidade das  sessões da Terapia Comunitária; aumento do número de participantes e da  freqüência; maior articulação entre os dois serviços (CAPS Casa Harmonia e EMEF Porto Alegre); qualificação do acompanhamento
aos Planos Individuais dos adolescentes e jovens e realização de Terapias Comunitárias nas ruas e mocós, como estratégia  para  reaproximação  com  alguns  adolescentes  e  jovens.
  As  Terapias  Comunitárias  segundo  os adolescentes e  jovens constitui-se num espaço prazeroso para desabafar  ("É bom a gente desabafar , sai aliviado" -  fala de um adolescente sobre a Terapia).
Também possibilita a  (re) construção da  fala enquanto possibilidade de (re) elaboração dos conflitos vivenciados.("Saber conversar nas horas difíceis" - fala de um jovem sobre o que aprendeu na Terapia).
A Terapia Comunitária é uma estratégia para a elaboração de políticas sociais, uma vez que oportuniza um processo de desvelamento das  relações  sociais, através da emancipação dos  sujeitos envolvidos.

ADOLESCENTES INFRATORES

A palavra adolescer origina-se do latim e significa crescer , tornar-se maior , atingir maioridade.
Basicamente aadolescência envolve três vertentes conjugagas: o componente biológico, o sócio-cultural e o psicológico como:busca do próprio eu, tendências a se instalar em grupos, auto-afirmação, falta de conceitos de tempo, pois sãoimediatistas, condutas contraditórias,  insegurança e agressividade, entre outros.
Portanto acredita-se que o usode drogas psicotrópicas nesta  faixa etária encontra grande ressonância  já que ela representa paliativo paraangústias que esses adolescentes enfrentam.
Na Vara da Infância e Juventude de Curitiba, o adolescente em atoinfracional é submetido à  internação provisória por um período de até 45 dias. Tomando consciência destarealidade, tivemos a oportunidade de introduzir a Terapia Comunitária Criativa utilizando recursos como:
Temassugeridos de músicas de cantores conhecidos; Arteterapia: técnicas de pintura a guache, giz de cera, colagemcom vários  tipos de papéis coloridos, modelagem com argila; Dinâmicas corporais: Bioenergética, com ritmos deRap, Balanço e Pagode e  técnicas vivenciadas específicas para o  resgate da auto-estima. Em 3 meses de  trabalho,a  Terapia  Comunitária  Criativa  tem  sido  de  grande  aceitação  e  estímulo  para  todos.
  Foram  atendidos  85adolescentes entre 13 e 18 anos de  idade. Na expressão  corporal e artística, estes  jovens acessam  suas emoções,potencializam sua personalidade,  liberando-se das couraças e  tensões acumuladas devido às exigências dasociedade  democrática  ao  ajuste  às  regras  de  convivência  social.
  Quando  compartilhamos  juntos  nossossentimentos, brotam  soluções.
SOLUÇÃO É PERCEPÇÃO E PERCEPÇÃO É PREVENÇÃO!

INTERVENÇÃO PRECOCE NA RELAÇÃO MÃE/ PAI/ BEBÊ

Admitir que uma mãe possa nutrir sentimentos negativos em relação ao  filho e que possa agredi-lo se choca com o mito do amor materno puro e incondicional.
Bastante idealizada na nossa cultura, à mãe se atribui a função de proteger e de ser a principal cuidadora do  filho.
Os vários estudos sobre a violência apontam a mãe como um dos principais perpetradores dos maus-tratos  físicos praticados  contra o  filho.
Esse  fato merece  interesse especial dos profissionais de saúde, pois a agressão advinda da mãe ou do pai (primeiras figuras identificatórias), deixa a criança num estado de maior vulnerabilidade física e psíquica, visto que suas primeiras interações repercutem fortemente nas suas relações futuras e no seu modo de estar no mundo.
Os sinais de uma relação precária ou patológica entre mãe-filho podem  ser detectados precocemente, pois muitas dessas dificuldades  já  se encontram presentes no período gestacional.
A forma como a mãe vive a gravidez, o fato de aceitá-la ou não e o tipo de suporte que  recebe durante o período gravídico-puerperal vai  favorecer ou dificultar o estabelecimento do vínculo com o filho, podendo se instalar em alguns casos, um circuito interacional nefasto com grande prejuízo físico e psíquico para a criança e sendo um terreno propício aos maus-tratos.
No presente trabalho serão apresentados dados de uma pesquisa realizada no Instituto Materno Infantil de Pernambuco - IMIP, sobre as características gestacionais  e perinatais de  crianças  vítimas de maus-tratos  físicos  e/ ou negligência. Serão discutidos  os mecanismos psicopatológicos e sociais que  colocam a criança numa situação de vulnerabilidade aos maus-tratos assim  como as possibilidades de prevenção  a partir de uma  intervenção precoce na  relação mãe/pai/bebê.

TERAPIA COMUNITÁRIA E BIODANÇA:

A  Biodança  -  sistema  em  que movimentos  e  cerimônias  de  encontro,  acompanhados  de música  e  canto, deflagram "vivências" capazes de modificar o organismo e a existência humana - e a Terapia Comunitária - procedimento  terapêutico em grupo com  finalidade de promoção da saúde e atenção primária em saúde mental - apóiam-se  sobre  quatro  pilares  comuns:  teoria  sistêmica,  teoria  da  comunicação,  antropologia  cultural  e resiliência. Ambas agem no  sentido de  reforçar a auto-estima e os vínculos, promover o estabelecimento de  redes sociais solidárias e desenvolver resiliência, constituindo  ferramentas eficazes para enfrentamento de crises, reforço da saúde mental e promoção de cidadania.
Esta experiência de interação entre dois sistemas, realizada em 2003, em 4 grupos de Biodança oferecidos pelo  IASC  -  INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E CIDADANIA DA PREFEITURA DO RECIFE, em espaços comunitários, voltados para pessoas idosas, objetivou elevar a qualidade de vida das comunidades. As sessões com  integração das duas propostas  - programadas ou  realizadas em atendimento  a  necessidades  imediatas  -  iniciaram-se  com  a  ativação  e  integração  do  grupo  segundo  a metodologia da Biodança. Seguiram-se a apresentação das regras e demais etapas da Terapia Comunitária:
Escolha do Tema, Contextualização, Problematização e Encerramento. A partir da roda de encerramento, foram desenvolvidas sessões de Biodança, objetivando potencializar vivências e celebrar o encontro.
As Avaliações foram realizadas após o término das atividades do grupo, e com os relatos dos participantes no encontro de Biodança da semana seguinte.
Os resultados demonstram a perfeita interação e sinergia entre os dois sistemas, sinalizando para o aprofundamento dessa relação pelos terapeutas comunitários com formação em Biodança. Neste painel são apresentados aspectos relevantes da experiência vivenciada como: resgate de competências, principais  temas e motes, as potencialidades e  limitações  identificadas.

TERAPIA COMUNITÁRIA NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS

O homem contemporâneo, principalmente aquele que vive nas grandes cidades, vem buscando qualidade de
vida, onde o resgate do viver cotidiano de pessoas os expõe a uma gama de situações de risco para sua própria integralidade, o que sinaliza para a necessidade de intervenções visando à restauração da auto-estima, pilar básico para a construção e manutenção de espaços saudáveis de convivência.
A Terapia Comunitária, a qual trabalha perdas e se baseia no referencial positivo de cada um, tem se mostrado como instrumento eficaz nesse sentido. Entre os objetivos, destaca-se o resgate da auto-estima através da utilização da metodologia da Terapia Comunitária em usuários dos serviços ambulatoriais do Hospital das Clínicas da UFPE, durante o ano de 2003.
Trata-se de estudo de relato de experiência - vivência, cujo público-alvo envolveu usuários do ambulatório de Puericultura  do  HC/UFPE,  no  período  de  fevereiro  a  dezembro  de  2003  e  consistiu  das  seguintes  etapas:
Dinâmicas de acolhimento, desenvolvimento da Terapia propriamente dita (escolha do tema, contextualização e problematização) e encerramento (partilha e rituais de agregação e apoio).
A análise  final revelou entre os  temas mais  freqüentemente escolhidos:  relacionamentos afetivos, dificuldades na comunicação  familiar ,  limites na educação dos filhos e relacionamentos no ambiente de trabalho.
A avaliação rotineira desenvolvida na fase de encerramento e mesmo na escolha de temas em sessões subsequentes, tem revelado aumento / melhora dos indicadores de auto-estima: identidade, auto-cuidado, relacionamentos interpessoais, vínculos significativos, definição de objetivos e metas de vida. A partir das avaliações realizadas ao final dos encontros, foi possível estabelecer o  link entre as vivências e as questões da vida cotidiana e profissional,  favorecendo o processo reflexivo,  reforçando a  responsabilidade de  cada um no processo de mudança  social.

A TERAPIA COMUNITÁRIA COMO ESCUTA PSICOPEDAGÓGICA

       O  presente  trabalho  apresenta  a  experiência  de  Terapia  Comunitária  como  uma  ferramenta  de  escuta psicopedagógica  com  crianças  e  adolescentes 
           Contém  depoimentos  que  expressam  a importância  de  um  espaço  institucional  que  permita  um  olhar  para  si,  para  as  suas  competências  e  suas aprendizagens de maneira sentida e refletida. Acreditamos que a Terapia Comunitária seja fundamental para a construção de uma psicopedagogia social.
O grupo é formado por 35 crianças e adolescentes de 07 a 14 anos do Projeto Viva Vida, Londrina-Pr , em  situação de vulnerabilidade  social, no horário  inverso ao escolar . Foram realizadas 28  terapias em 2003, na Unidade Semírames que está  localizada na periferia da cidade.
         Os educandos relatam que a vida mudou muito, tanto em casa, na escola e no projeto Viva Vida. Os educadores que participam da terapia relatam que aumentou a integração, confiança, respeito e o fortalecimento dos vínculos entre as crianças e adolescentes e seus familiares.
A terapia fortaleceu o espírito de equipe, proporcionou uma maior facilidade em novas aprendizagens nas  linguagens artísticas desenvolvidas no Projeto e maior entendimento dos problemas familiares.
Portanto, realizar Terapias Comunitárias com crianças e adolescentes traçou um caminho ntegrador para a psicopedagogia, capaz de mediar os espaços não percorridos entre a escola, a família e a
comunidade.

O PODER MULTIPLICADOR DA TERAPIA COMUNITÁRIA

"O homem não teceu a teia da vida: ele é simplesmente um  fio nessa teia. O que quer que  faça à teia, ele faz a si mesmo".


Inicialmente com a presença apenas de soropositivos, as sessões passaram a contar com pessoas da comunidade de Dois Unidos, a maioria de jovens ingressando na fase adulta, a partir do dia 17 de setembro. A chegada da Primavera trouxe também a certeza do poder multiplicador da Terapia Comunitária e a importância da horizontalidade diante das ações, uma vez que uma das usuárias da TC passou a convidar membros  da  comunidade  e  esses,  por  sua  vez,  repassaram  o  convite  para  outros  que,  eventualmente, participam. Partindo do acolhimento, seja com músicas ou  trabalho de  toque e respiração, até o  fechamento com o uso também de músicas, frases ou orações, é essencial compreender e apreender que "apenas se desenvolve, quem se envolve", como afirma o professor Adalberto Barreto. A chegada dos comunitários veio, ainda, para afirmar que os problemas e conquistas são semelhantes,  independentemente se as pessoas são soropositivos ou não. Na  realidade, permitir-se  viver  é o maior elo entre o grupo, que  chora,  sorri e,  sobretudo, ama.

CONSTRUINDO A TEIA DA LIBERDADE

A TERAPIA COMUNITÁRIA NO PRESÍDIO FEMININO
A questão da saúde mental das pessoas encarceradas, limítrofe em si, é agravada pela falta de condição dos
presídios,  como  superlotação,  deficiências  das  instalações,  ociosidade,  tratamento  desumano,  alimentação inadequada,  acesso  a  drogas  lícitas  e  ilícitas,  políticas  de  reeducação  ineficazes,  entre  outras.
  A  Terapia Comunitária  trabalha  perdas  e  crises,  valoriza  competências,  reforça  vínculos,  promove  a  resiliência  e  o estabelecimento de redes sociais solidárias, constituindo potente fomentador de cidadania. Mostra-se, assim, uma contribuição inquestionável para a melhoria da qualidade de vida no presídio e reforço dos processos de reinclusão social.
  Terapia Comunitária, tendo como público alvo às mulheres detidas no Presídio Feminino
Os objetivos traçados - desenvolver a resiliência e promover a  construção de  redes  solidárias na  comunidade encarcerada,  resgatando a  crença na vida e na
possibilidade de um amanhã  cidadão,  com  reconhecimento do valor e da dignidade  -  foram oportunizados através da metodologia da Terapia Comunitária, nos seus seis momentos básicos:
Acolhimento, Definição do Tema e Contextualização, Problematização, Encerramento e Avaliação. Os  resultados verificados,  incluindo a qualidade e intensidade dos vínculos entre  terapeutas e demais atrizes do processo, apontam para a  continuidade do  trabalho por  prazo  indefinido.  Principais  temas, motes,  potencialidades  e  limitações  identificadas  são  ressaltadas  e apresentadas em momentos de  intenso  conteúdo vivencial.

PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS

Oficina  temática que abordará  informações  relativas às drogas, com ênfase na  identificação dos  fatores de  risco e de proteção presentes na comunidade e as possibilidades de trabalho do terapeuta comunitário.
A oficina será desenvolvida  através  de  dinâmicas  e  vivências  grupais  utilizando  informações  sobre  drogas,  tipos  e conseqüências, fatores de proteção e de risco presentes na comunidade, discussão de casos relativos à questão das drogas.
A questão do uso indevido de drogas destaca-se no contexto comunitário como comunicação dos sofrimentos e desafios  individuais,  familiares e sociais.
 A Terapia Comunitária oportuniza  que esta comunicação seja acolhida e  ressignificada, ao mesmo  tempo em que promove um  resgate da auto-estima grupal e valorização das  competências  da  comunidade.  A  Terapia  Comunitária  é  um  espaço  privilegiado  de  inclusão  social, fortalecimento  das  identidades  e  desenvolvimento  da  auto-estima  coletiva,  é,  genuinamente,  preventiva  epromotora de competências. Neste sentido, é preventiva, também, ao uso indevido de drogas. A questão do uso de drogas é um tema que perpassa as diferentes comunidades, independentemente da classe social, de forma recorrente  nos  grupos  de  terapia  comunitária.
Diante  disto,  identificamos  a  importância  de  melhor instrumentalizar os  terapeutas para atuar  junto à comunidade nesta questão. No momento em que as pessoas se encontram e relatam suas vivências, dificuldades e problemas, surgem, muitas vezes, direta ou indiretamente, assuntos relacionados às drogas, como uma preocupação com a possibilidade do uso indevido e, ainda, suas conseqüências na  família, na  comunidade e no  trabalho. Vários exemplos podem  ser  facilmente  identificados,  tais como:  alcoolismo,  violência  familiar ,  delinqüência  juvenil,  influência  do  tráfico,  dentre  outros.  Saber  como manejar essas situações, de modo a identificar e fortalecer os fatores de proteção do uso indevido de drogas e minimizar os fatores de risco é extremamente útil para a boa atuação do terapeuta comunitário. Entendendo
fatores de proteção como aqueles que dificultam ou evitam o uso indevido de drogas e os fatores de risco como aqueles que  tornam o  indivíduo mais suscetível ao uso.
Tantos os  fatores de  risco como os de proteção podem ser identificados nos diferentes domínios da vida, seja individual, familiar , comunitário, social, durante sessões de Terapia Comunitária.
Como exemplos de  fatores de proteção  temos autoconfiança, desenvolvimento de um projeto de vida e de uma relação afetiva de suporte, participação de ações que promovem o bem-estar social. Já os  fatores de  risco podem  ser  ilustrados  como a  falta de  controle e de assertividade, participação em atividades de lazer em que o  consumo de drogas é o  foco principal, desemprego.
A oficina proposta  tem  como objetivo  capacitar os terapeutas para identificar os fatores de risco e de proteção junto às comunidades assistidas e, com isto, qualificar ainda mais o  caráter preventivo do uso  indevido de drogas na Terapia Comunitária.

RESGATE DA AUTO-ESTIMA

O homem contemporâneo, principalmente aquele que vive nas grandes cidades, vem buscando qualidade de
vida, cada vez mais consciente que o bem-estar só é possível quando o ambiente integra-se ao corpo, à mente e
às emoções. Partindo desse princípio, a citada oficina alia práticas de massoterapia (Osho Pulsation) às cartas
milenares do Tarot para que o participante possa resgatar e/ou trabalhar sua auto-estima mergulhando nos
arquétipos da multicultura brasileira. É bom lembrar que a palavra arquétipo vem do grego Archetypos, que
significa primeiro de sua espécie, e normalmente é "traduzida" como modelo. E que a cultura é um grande
conjunto de realizações de um povo ou de grupos sociais, sendo que a Ecologia do Espírito permite entender as
diversas  expressões  da  cultura  brasileira  com  sua  diversidade  de  crenças  e  religiões  como:  Budismo,
Cristianismo,  Candomblé,  Kardecismo,  Umbanda  e  também  o  Curanderismo  indígena.  Já  a  auto-estima,
podemos considerar como uma das chaves para o sucesso ou para o fracasso do ser . Portanto, sugerimos de
maneira  lúdica  e  consciente:  o  uso  da  Pulsation,  que  visa  o  reconhecimento  das  emoções  e  sofrimentos
mostrados pelo  corpo, ao mesmo  tempo a utilização dos 22 Arcanos Maiores do Tarot  como  instrumentos voltados
para  o  autoconhecimento,  possibilitando  o  resgate  da  auto-estima.  Pulsation  significa  pulsação  em  outras
palavras, vida. Tarot significa caminho ou estrada real da vida. Ao "unir" estes dois instrumentos, trazemos a
proposta de fazer pulsar e vibrar não apenas o corpo de cada participante, mas vida existente em cada ser , ora
representada pela A  Imperatriz  / Nossa Senhora  / Yemanjá, ora como O Mago  / Médico  / Curandeiro, entre outros
arquétipos  a  serem mostrados  e  "experimentados"  na Oficina. O  resultado  esperado  é  de  um  corpo mais
integrado à mente e, sobretudo, conectado a sua essência, seja ela chamada de energia vital, espírito ou alma.
Isso é o que menos importa, afinal como já foi dito uma vez: "o essencial é invisível aos olhos" (O Pequeno
Príncipe).
4- ENCONTRO VOCÊ E SEU CORPO: MÚSICA - MOVIMENTO & SAÚDE MENTAL

Objetivo e Características do Trabalho
O objetivo deste trabalho é que as pessoas liberem-se das suas travas,
possam  transitar  pelas  diferentes  plásticas  ou  personagens,  sem  ficarem  prisioneiras  de  nenhuma  delas.
Trabalha-se em grupos mistos, utilizando música e técnicas de relaxamento.
O grupo é dirigido por um instrutor que vai  fazendo movimentos,  imitados pelos participantes, organizados em círculo.
Movimento Harmônico é uma das  ferramentas utilizadas pelo Sistema Rio Abierto de Desenvolvimento Humano e permite descarregar a energia retida, recuperar a  força e o movimento natural, desarmar hábitos posturais, ampliar a capacidade respiratória, aumentar a flexibilidade articular e muscular , favorecendo o equilíbrio dos centros energéticos e prevenindo a ocorrência de doenças da modernidade.
É uma experiência de prazer e felicidade. É considerado a
Yoga das Américas. É Meditação em Movimento!

AS DANÇAS FOLCLÓRICAS COMO FERRAMENTAS DE INTEGRAÇÃO

Entre  tantos descaminhos  como as guerras, a exclusão e a escalada da violência global o homem vem  se
desvinculado de suas origens, adoecendo desenfreadamente.
Não é  raro escutarmos que as pessoas estão
estressadas,  deprimidas,  em  crise  existencial... 
Também  é  freqüente  encontrarmos  nos  diversos meios  de comunicações descobertas de novas doenças, epidemias. Surgem-nos então diversas perguntas:
O que está acontecendo?
Será  que  Deus  esqueceu  de  nós?
 Porque  tantas mazelas? 
O  homem  está  deixando  de  ser humano?...
Parafraseando  Jean-Yves Leloup
"É uma grande aventura  tornar-se humano,  sujeito da própria existência, ser dotado de um semblante único e assumir a direção dos próprios passos.
Fazer render os talentos vocacionais é o que caracteriza um existir pleno. Para isso convocamos a nós mesmos a existir , a trazer uma novidade, um canto novo, uma dança nova... Não nascemos para morrer , nascemos para SER". (NORMOSE, pág.
42 - Ed. VERUS - 2003) Nessa perspectiva de re-criar a vida, re-criar o SER é que propomos esse seminário.
O objetivo  desse  seminário  é mostrar  que  as  danças  folclóricas  podem  auxiliar  o  ser  humano  resgatar  sua identidade psíquica e sócio-cultural, reconstruindo vínculos intra e interpessoais de forma lúdica e harmônica, voltando ao SER
. "Entendemos a vida como uma dança onde só dança prazerosamente aqueles para os quais os movimentos têm sentido e lhe causam prazer".
Fundamentação teórica: Terapia Comunitária; Energia psíquica;
Bioenergética; Auto-estima; Danças  folclóricas do Pará.

BRINCANDO DE BRINCADEIRAS

Com quantos encontros se  faz um grande encontro?
É  impossível responder .
A Oficina Brincando de Brincadeiras é um encontro que tem vontade de contribuir com uma ação sócio ambiental, a fim de reciclar para a vida, introduzindo mudanças que permitirão tornar o mundo melhor em direção ao resgate da criança interior que existe em cada um.
A estrutura desta Oficina é bastante simples, de modo que seu desenvolvimento possa promover aos participantes a  "brincarem de brincar".
A  cada atividade proposta abre-se  "janelas" para a  criação e nenhuma pessoa fica só, porque o brincar é um convite para estar com alguém, mesmo que esse alguém seja você.
O objetivo geral é propiciar a criatividade por meio do lúdico, manuseando e transformando materiais

TERAPIA COMUNITÁRIA: DO SONHO À REALIDADE/NAS POLÍTICAS PÚBLICAS

A Terapia Comunitária em Londrina nasceu do sonho de alguns assistentes sociais e vem conquistando seu
espaço com o  trabalho dos  técnicos da Secretaria de Assistência Social em parceria com a da Secretaria de Saúde
e Secretaria da Mulher . O presente  trabalho não  tem a pretensão de realizar uma análise  teórica, mas apresentar
um  relato de experiência e os  resultados da Terapia Comunitária em Londrina  - PR, no período de outubro de 2002
a outubro de 2003. Após a conclusão do curso em Terapia Comunitária, traçamos um mapa psíquico da cidade a
partir de 1000 terapias realizadas por 44 grupos em atuação nas comunidades e 20 grupos já extintos. A síntese
deste trabalho contém o levantamento dos indicadores de saúde mental, bem como o registro de relatos que
ilustram os  resultados e a  importância da Terapia Comunitária no serviço público. Destaca  também a necessidade
de  sua ampliação para outras  secretarias e  instituições não governamentais, objetivando a  formação de uma  rede
de apoio que  fomente a participação social e o bem estar da  família e da comunidade. A Terapia Comunitária vem
buscando conquistar seu efetivo espaço  institucional na Prefeitura de Londrina. Ela é uma  ferramenta cujos
caminhos são  integradores, capazes de permear  todas as políticas públicas das secretarias municipais. Portanto,
acreditamos  que  o  processo  de mudança  que  busca  uma  sociedade mais  participativa,  justa  e  fraterna,
representa um desafio a  ser assumido em parceria e produzido  coletivamente.

A minha participação nesta mesa redonda terá como  foco a  integração da Terapia Comunitária na Rede de Saúde
Mental do município de Sobral - Ce. Abordarei a estrutura de  funcionamento da rede, seus princípios e objetivos.
A cidade de Sobral é apontada pelo Ministério da Saúde como referência em trabalhos de Saúde Mental. A atual
gestão municipal prima pela política de inclusão social e para tanto está investindo na implantação de ações
integradas, no envolvimento da comunidade e na edificação progressiva de seus habitantes,  fazendo do assistido
um  parceiro  no  resgate  da  produção  de  conhecimentos.  São  mudanças  de  paradigmas  para  agregar
competências. A Terapia Comunitária há 2 anos faz parte da rede por ter com base características que vem ao
encontro das características  fundamentais da rede  instituída, que são: ações  intersetoriais e  inter-institucionais,
valorização  de  recursos  locais,  o  fortalecimento  de  vínculos,  o  apoio  a  dinâmica  familiar  e  o  atendimento
integralizado. A inclusão da Terapia Comunitária na Rede de Saúde Mental do município foi uma iniciativa da
Secretária de Desenvolvimento Social e da Saúde.

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA


Qual a diferença entre Psicologia Comunitária e Terapia Comunitária? Essa pergunta, quase  ingênua,  feita por um
aluno  que  começava  a  conhecer  o  "lado  social"  da  Psicologia,  abarca  questões  teóricas, metodológicas  e
epistemológicas  importantes. Mas,  sem  buscar  necessariamente  responder  à  pergunta  feita,  aproveito-me
apenas da reflexão exigida a  fim de propor um diálogo entre dois campos de conhecimento que estão, ao mesmo
tempo,  tão  próximos  e  tão  distantes.  A  fim  de  possibilitar  um  diálogo  profícuo  entre  a  Psicologia  Social
Comunitária e a Terapia Comunitária,  serão apresentados brevemente a PSC,  seus principais pressupostos 

teóricos e metodológicos. Serão discutidas as trajetórias das duas "áreas" e suas possíveis intersecções. Apesar
da quase ausência de publicações que discutam a relação entre PSC e TC, será feita a tentativa de apresentar
algumas contribuições da primeira área ao trabalho que os terapeutas comunitários têm realizado Brasil afora.
Esse exercício de diálogo busca contribuir para uma prática reflexiva da Terapia Comunitária, bem como para o
desenvolvimento de uma  ciência mais ética e  comprometida  com a  realidade do povo brasileiro.

REDES SOLIDÁRIAS JUNTO AO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA-PSF

TERAPIA COMUNITÁRIA
 Programa de Saúde Mental na Atenção Básica  (PSF), onde a Terapia Comunitária  tinha
um papel primordial, visto que se mostrava uma modalidade terapêutica participativa, preventiva, inclusiva e
solidária, podendo  facilmente  se acoplar a  filosofia do Programa de Saúde da Família.
Iniciamos a Terapia Comunitária (TC) no módulo do PSF-Botafogo, que foi escolhido para ser o módulo piloto, após reunião com a coordenação Geral do PSF do Município de Macaé-RJ. A TC vinha como uma das modalidades terapêuticas  iniciadas no PSF-Botafogo,  juntamente  com grupos de Sala de Espera,  Interconsulta, Oficinas terapêuticas  (Para portadores de  sofrimento mental grave) e Capacitação em  saúde mental da equipe do PSF . Aos poucos a TC demonstrou ser uma modalidade de grande importância na atuação da saúde mental na atenção básica, aonde a comunidade vai formando uma rede solidária e esta rede de confiança se dá entre os indivíduos entre si e com os profissionais do PSF e Saúde Mental. A TC do PSF-Botafogo acontece até hoje uma vez por semana com a participação de 2 Terapeutas comunitárias e a equipe do PSF (Médico, enfermeiro, dentista, fisioterapeuta,  técnico de enfermagem e agentes  comunitários de  saúde).Com a expansão do Programa de Saúde Mental no PSF , avançamos para mais 4 módulos de PSF: Malvinas A , Malvinas C, Malvinas B (Regiões urbanas) e Sana (Região serrana e rural). Nestes módulos iniciamos com a TC e temos claro que esta modalidade  torna possível a atuação da saúde mental na atenção básica. Na comunidade do Sana a TC acontece somente uma vez por mês, devido as distancias das casas dos moradores e sendo a única modalidade terapêutica da  localidade vem se mostrando muito eficaz,  inclusive para os  indivíduos portadores de sofrimento mental grave.
A entrada da saúde mental na comunidade acontece tendo a TC um papel primordial e como conseqüência, vão acontecendo outros espaços. Dentre eles destacamos as Reuniões de Saúde Comunitária, onde  temas  referente a saúde do  local são debatidos,  ,fazendo  com que a  comunidade, através da educação e participação popular ,  tenha um papel ativo nas ações de saúde, mostrando e ensinando aos profissionais de saúde os recursos ocultos da comunidade.

TERAPIA COMUNITÁRIA (TC) 1


Adalberto: Semelhança entre povos.
O que eles têm em comum é a perda de vínculos... *******
Mais abaixo, todas informações estão em português e castelhano. 
Mas abajo, todas informaciones estan en portugués y castellano. ###
O vídeo é falado em português e subtitulado em castellano.
El vídeo es hablado en portugués y subtitulado em castellano. ******** 
La Terapia Comunitaria se caracteriza por ser un grupo de ayuda mutua, un espacio de palabra, escucha y construcción de vínculos, con la intención de ofrecer apoyo a individuos y familias que viven en situación de stress y sufrimiento sicológico.
A Terapia Comunitária se caracteriza por ser um grupo de ajuda mútua, um espaço de palabra, escuta e construção de vínculos, com a intenção de oferecer apoio a indivíduos e famílias que vivem em situação de stress e sofrimento psicológico. ******* La Terapia Comunitaria es un espacio común donde se busca compartir experiencias de vida y sabiduria de forma horizontal y circular. 
A Terapia Comunitária é um espaço comum onde se busca compartilhar experiências de vida e sabedoria de forma horizontal e circular. ********
Cada uno se transforma en terapeuta de si mismo cuando escucha las historias de vida que allí son relatadas. Cada um se transforma em terapeuta de si mesmo quando escuta as histórias de vida que ali são relatadas. *******

TERAPIA COMUNITÁRIA (TC)2


A Terapia Comunitária se caracteriza por ser um grupo de ajuda mútua, um espaço de palabra, escuta e construção de vínculos, com a intenção de oferecer apoio a indivíduos e famílias que vivem em situação de stress e sofrimento psicológico. *******
La Terapia Comunitaria es un espacio común donde se busca compartir experiencias de vida y sabiduria de forma horizontal y circular. 
A Terapia Comunitária é um espaço comum onde se busca compartilhar experiências de vida e sabedoria de forma horizontal e circular. ******** 
Cada uno se transforma en terapeuta de si mismo cuando escucha las historias de vida que allí son relatadas. Cada um se transforma em terapeuta de si mesmo quando escuta as histórias de vida que ali são relatadas. ******* En este video, el creador de la Terapia Comunitaria habla sobre el metodo, los fundamentos, la pratica, los resultados. Neste vídeo, o criador da Terapia Comunitária fala sobre o método, os fundamentos, a prática, os resultados.

RODA E EQUIPE DE TCI


por LuizFernandoSarmento - Publicado dia 22 de abril de 2010 às 18:49
Selma Hinds:... Resiliência pra mim é uma pessoa passar por impactos, passar por dores, e ela, com seus recursos, ela conseguir dar a volta por cima e sair inteira do outro lado... ### Terapeutas e usuários - de lugares e formações diversas - falam sobre usos e resultados da Terapia Comunitária: Adriana Brant, Aldeide Barreto, Alex Xavier, Angela Moreira, Beatriz Martins, Carolina Duarte, Catalina Baeza, Cesar Pérez, Helena Julia, Louise Mara, Bia Costamilan, Marília Amaral, Marília Modesto, Michel Robim, Monica Alegre, Naly Almeida, Paula Freitas, Raquel Gertner, Raquel Abreu, Rosimeire Winter, Sandra Mara, Selma Hinds, Solange Catanhede, Zé Austernio, Zequinha. *******

TERAPIA COMUNITÁRIA (TC)

.. Só para lembrar: uma mão dando. E outra recebendo... Este é um momento em que você vai dizer o que você veio deixar aqui. E o que você quer levar... ### Terapia na prática. O vídeo Terapia Comunitária - Projeto 4 Varas é composto por 2 segmentos: Roda de Terapia (66 min) e Auto-Estima (46 min). Aqui o segmento Auto-Estima.****** A vivência de Auto-Estima acontece periodicamente no espaço do projeto 4 Varas, na favela de Pirambu, em Fortaleza, Ceará. Aqui, uma sessão terapêutica de grupo utiliza metodologias que facilitam a expressão, o acolhimento, a compreensão. ******

TERAPIA COMUNITÁRIA (TC)4


Adalberto: Democratização do saber. A Terapia Comunitária, ela é simples, mas não é simplista... ******* Mais abaixo, todas informações estão em português e castelhano
. Mas abajo, todas informaciones estan en portugués y castellano. ###
O vídeo é falado em português e subtitulado em castellano. El vídeo es hablado en portugués y subtitulado em castellano. ********
La Terapia Comunitaria se caracteriza por ser un grupo de ayuda mutua, un espacio de palabra, escucha y construcción de vínculos, con la intención de ofrecer apoyo a individuos y familias que viven en situación de stress y sufrimiento sicológico.
A Terapia Comunitária se caracteriza por ser um grupo de ajuda mútua, um espaço de palabra, escuta e construção de vínculos, com a intenção de oferecer apoio a indivíduos e famílias que vivem em situação de stress e sofrimento psicológico. *******
La Terapia Comunitaria es un espacio común donde se busca compartir experiencias de vida y sabiduria de forma horizontal y circular. A Terapia Comunitária é um espaço comum onde se busca compartilhar experiências de vida e sabedoria de forma horizontal e circular. ********
Cada uno se transforma en terapeuta de si mismo cuando escucha las historias de vida que allí son relatadas. Cada um se transforma em terapeuta de si mesmo quando escuta as histórias de vida que ali são relatadas. ******* En este video, el creador de la Terapia Comunitaria habla sobre el metodo, los fundamentos, la pratica, los resultados. Neste vídeo, o criador da Terapia Comunitária fala sobre o método, os fundamentos, a prática, os resultados. *******

AComVivência TC


O ComVivência é um espaço dedicado ao idoso, que tem o intuito de assistir, cuidar e orientar aquelas pessoas que já alcançaram a melhor-idade, onde poderão desfrutar de todo o conforto, tranquilidade, atenção e carinho de todos que o cercam, seja família, equipe e/ou amigos.
Nossa equipe é formada por profissionais gabaritados, motivados e dedicados a atender de forma eficaz e acolhedora

TERAPIA COMUNITÁRIA (TC)5


Adalberto: ... Para ser um terapeuta comunitário nós temos um perfil. Não precisa ter nenhuma capacitação anterior, basta ser uma pessoa envolvida com o trabalho social... ###
A Terapia Comunitária se caracteriza por ser um grupo de ajuda mútua, um espaço da palavra, escuta e construção de vínculos, com o intuito de oferecer apoio a indivíduos e famílias que vivem em situações de estresse e sofrimento psíquico.

Na terapia comunitária, cada um torna-se terapeuta de si mesmo, a partir da escuta das histórias de vida que ali são relatadas.

É um espaço de inclusão e de valorização das diferenças e dos referenciais positivos de cada indivíduo. Ela promove a integração das pessoas, a construção da dignidade e da cidadania, contribuindo para a redução dos vários tipos de exclusão.

Aqui, o criador da Terapia Comunitária fala sobre o método, fundamentos, a história e resultados.

Associação dos Mestres e Terapeutas Reiki