O tato é o primeiro
sentido que se desenvolve e permanece ativo mesmo depois que a visão e a
audição começam a desaparecer. Bebês e crianças dependem do tato para aprender
sobre o mundo. No contato com a boca, aprendem sobre temperatura e textura, por
exemplo. É pelo tato que as crianças passam a refletir sobre higiene e até
sobrevivência. Quem nunca foi queimado num ferro de passar roupa ou nunca levou
um choque elétrico? Pelos mesmos motivos, o toque é importante para os adultos.
Você conseguiria imaginar um mundo regido por computadores em que não houvesse
toque? Dá para pensar em um cirurgião ou em um artista plástico que não
sentisse seus instrumentos de trabalho?
Fundamental no
crescimento, desenvolvimento, comunicação e aprendizado do ser humano, o toque
também é essencial para o conforto e a auto-estima. O primeiro estímulo
sensorial da vida humana vem da sensação de toque quando ainda estamos no
útero. A primeira ligação emocional de uma criança é construída a partir do
contato físico com os pais – base de seu futuro desenvolvimento emocional e
intelectual. Na fase adulta, temos em média 1,67 metro quadrado
de pele, um órgão sensitivo em constante alerta para receber mensagens. “Pele é
o que nos dá a noção de interior e exterior nas nossas vidas”, diz o psquiatra
Geraldo Massaro. “A permissão ao toque vai depender da segurança que o
indivíduo tiver sobre si mesmo e das condições que o meio externo dá a ele para
que se sinta seguro.”
Há ainda muitas
questões abertas no que diz respeito ao estímulo tátil no desenvolvimento das
pessoas. Uma delas é se aquelas pessoas que receberam mais contato físico no
começo da vida apresentam menos senilidade na velhice. Também não se sabe se os
efeitos da privação do toque podem ser revertidos mais tarde. Mas sabe-se, com
certeza, que a privação deixa seqüelas graves.
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