Assistente Social Em Práticas Integrativas Complementares.

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Ciências Tradicionais Holisticas

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

PARA DEPOIS DA ASSUNÇÃO DE SI



Eu sei, irmão, que uma grande luta fora travada
Para conseguires o direito de ser quem és,
Lutaste contra o mundo, contra os teus,
Contra conhecidos e desconhecidos,
E, enfim, e inevitavelmente,
Lutaste contra ti mesmo,
Contra os desejos de ficar pelo caminho e desistir,
Contra as vontades de voltar ao rebanho.

Lutaste, meu irmão, bravamente,
E recebeste um único e sublime prêmio:
A assunção de tua identidade.
Mas a Multidão, que é vingativa e não descansa,
Sente arrepios e trinca todos os dentes, de ódio,
Sempre que alguém com a diferença
Ofende o seu intento uniformizador.

Ela te estenderá braços e te fará oferecimentos,
Recreios, afagos, companhia...
Promessas e promessas e mais promessas...
Aprende a lhe dizer não.
Todos os dias ela tentará tua amizade,
Todos os dias ela tentará o teu desejo,
E quando ela encontrar algo de teu interesse,
Usará como isca. É assim que ela pesca.

E quando não funcionar pela oferta,
Ela te experimentará pela ameaça.
Erguerá os incontáveis membros em protesto
E das bocas inquantificáveis sairão berros
E todas as suas dezenas e mais dezenas de sobrancelhas
Hão de se contorcerem sobre os olhos
Que estarão ferventes,
E todos os movimentos e sons da besta
Juntos como uma coisa só
Parecerão inexoráveis.
Aprende, meu irmão, a resistir.

Eu sei, todas as bocas dirão aos teus ouvidos,
Recua,
Todos os braços se movimentarão contra ti,
Recua,
Todas as sobrancelhas baixarão sobre ti,
Recua.
Todas as bocas, todos os braços, todas as sobrancelhas:
Recua, recua, recua!

Lembra, entanto, meu irmão,
Cotidianamente, lembra,
O nobre direito sobre o que tens posse agora,
É um direito por ti mesmo instituído,
Pelos teus atos, pelos teus bracejos,
Por isso, não é, nem será reconhecido
Pelos membros da Multidão,
Capazes de reconhecer apenas
O que o consenso das gentes aceita como verdadeiro.

Lembra, pois todos os dias, de agora em diante,
Haverá quem queira usurpar a tua benção,
Vão te fazer promessas e oferecimentos,
Vão gritar anátemas e pragas,
Tu, entanto, já vencedor, já senhor de si,
Mantém tua rigidez e os punhos em guarda,
Pois não conseguiste um fim,
Mas um começo.

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