Assistente Social Em Práticas Integrativas Complementares.

Assistente Social Em Práticas Integrativas Complementares.
Ciências Tradicionais Holisticas

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

:No silêncio da noite!



Um rosto que persiste
como uma sombra
que nos persegue
uma imagem que resiste
ao tempo
e ao silêncio foi entregue
no silêncio da noite
eu entrei
no silêncio da noite
eu escutei
no silêncio da noite
eu senti
e tentei descobrir a razão
da vida que se faz bela
mais do que descrever a emoção
queria ser parte dela

PERCEBER


Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. 
Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!!!
(Charles Chaplin)

Timidez


Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...
- mas só esse eu não farei.

Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras distantes...
- palavras que não direi.

Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponhos vestidos noturnos,
- que amargamente inventei.

E, enquanto não me descobres,
os mundos vão nevegando
nos ares certos do tempo
até não se sabe quando...
- e um dia me acabarei.

Cecília Meireles

INSPIRAÇÃO




"...Nesse entardecer violeta
fico de bem com a minha inspiração...
Percebo que a vida além do portão
é cheia de aventuras,
e a leviandade das palavras
vem me seduzir e surpreender
feito campainha
rompendo como lâmina,
um silêncio morto...
Traz de volta o gosto de incenso,
a fé perdida e a vontade iminente
de retomar os rascunhos
que dormem na minha estante...
Recolher as notas esparsas do meu romance inacabado
e saudar os personagens
já tão envelhecidos..."


COR

Qual a cor da esperança
ou será que não tem cor
talvez esteja no olhar de uma criança
o significado da palavra amor...

A CHUVA E A VONTADE DE SER FELIZ



Desfez-se, enfim, a noite pavorosa
As nuvens eclodiram em chuva
Lavando do peito toda a tristeza
Convidando a uma vida nova

Eu, diante de um prato de batata-frita
Tentando esquecer, da vida, o desencanto,
Paro, e concluo que o amor em mim habita
Não havendo motivo para dor e pranto

Deixo a mesa do bar das quengas
Seguro os sapatos nas mãos
Decidido a enfrentar as dificuldades e as poças

Que se formaram na Rua Washington Luiz
Sentimento renovado no coração
Vontade doída, de tão intensa, de ser feliz. . .

O Cântico de Maria

















“Minha alma glorifica ao Senhor
Meu espírito exulta de alegria
Em Deus, meu Salvador
Porque olhou para sua pobre serva.
Porque realizou em mim maravilhas”. 

Palavras de Maria ao visitar sua prima,
Mas que podem ser proclamadas 
Por aqueles que um dia
Pôde viver esta mesma alegria 
Quando em sua vida recebeu 
A graça que Deus lhe concedeu.

O cântico de Maria é uma Ação de Graças 
Pelo Amor que em si se fez 
O cântico de Maria é um agradecimento
Uma exaltação que veio do sentimento.
Pela maravilha que em seu ventre aconteceu

O cântico de Maria é um exemplo a seguir
Para o coração que não vive a dormir.
Que sente e agradece em louvor 
A manifestação do Deus Amor. 

Ataíde Lemos 

Momento de Oração



É importante dar-se um momento
Encontrar um certo tempo
Recolher-se no pensamento
E abrir para Deus os sentimentos.

Cada um busca um ambiente
Para poder orar
Um campo, um quarto
Ou mesmo em qualquer lugar

Olhei para o alto, num quarto escuro
Coloquei a mão no coração
Aos poucos fui me envolvendo
Por uma grande emoção.

Senti uma paz interior
Uma vontade chorar,
Mas, uma quietação veio me acalmar

Meus lábios lentamente
Foram se abrindo de repente
Sem medo as palavras vieram
E contigo falava serenamente

Disse tudo que sentia
Sem medo de ser repreendido
Nada deixando escondido
Me respondia as perguntas
E aquela que eu não entendia
Com tamanha mansidão
Em meu coração a paz trazia.

Então percebi, que há algumas perguntas
Que respostas não vem em nosso tempo
Somente com o passar da vida
Que tais respostas teremos

Ataíde Lemos

TE QUERO

 porque quero, 
desejo tanto e tanto,
teu sorriso, teu abraço,
que quando tenho, não disfarço,
o quanto te quero ter.
Declaro meu amor em brincadeiras,
feito criança sapeca e arteira,
para quem sabe um dia,
tu perceberes como são verdadeiras.
Te quero porque te amo
Te amo porque te quero.."

(Fátima Pilla)

PARA DEPOIS DA ASSUNÇÃO DE SI



Eu sei, irmão, que uma grande luta fora travada
Para conseguires o direito de ser quem és,
Lutaste contra o mundo, contra os teus,
Contra conhecidos e desconhecidos,
E, enfim, e inevitavelmente,
Lutaste contra ti mesmo,
Contra os desejos de ficar pelo caminho e desistir,
Contra as vontades de voltar ao rebanho.

Lutaste, meu irmão, bravamente,
E recebeste um único e sublime prêmio:
A assunção de tua identidade.
Mas a Multidão, que é vingativa e não descansa,
Sente arrepios e trinca todos os dentes, de ódio,
Sempre que alguém com a diferença
Ofende o seu intento uniformizador.

Ela te estenderá braços e te fará oferecimentos,
Recreios, afagos, companhia...
Promessas e promessas e mais promessas...
Aprende a lhe dizer não.
Todos os dias ela tentará tua amizade,
Todos os dias ela tentará o teu desejo,
E quando ela encontrar algo de teu interesse,
Usará como isca. É assim que ela pesca.

E quando não funcionar pela oferta,
Ela te experimentará pela ameaça.
Erguerá os incontáveis membros em protesto
E das bocas inquantificáveis sairão berros
E todas as suas dezenas e mais dezenas de sobrancelhas
Hão de se contorcerem sobre os olhos
Que estarão ferventes,
E todos os movimentos e sons da besta
Juntos como uma coisa só
Parecerão inexoráveis.
Aprende, meu irmão, a resistir.

Eu sei, todas as bocas dirão aos teus ouvidos,
Recua,
Todos os braços se movimentarão contra ti,
Recua,
Todas as sobrancelhas baixarão sobre ti,
Recua.
Todas as bocas, todos os braços, todas as sobrancelhas:
Recua, recua, recua!

Lembra, entanto, meu irmão,
Cotidianamente, lembra,
O nobre direito sobre o que tens posse agora,
É um direito por ti mesmo instituído,
Pelos teus atos, pelos teus bracejos,
Por isso, não é, nem será reconhecido
Pelos membros da Multidão,
Capazes de reconhecer apenas
O que o consenso das gentes aceita como verdadeiro.

Lembra, pois todos os dias, de agora em diante,
Haverá quem queira usurpar a tua benção,
Vão te fazer promessas e oferecimentos,
Vão gritar anátemas e pragas,
Tu, entanto, já vencedor, já senhor de si,
Mantém tua rigidez e os punhos em guarda,
Pois não conseguiste um fim,
Mas um começo.

QUERO-TE

 levar café da manhã na cama, 
quero te acordar com beijos,
quero cuidar de você quando ficar doente,
quero ver tv em uma noite chuvosa com você,
quero dormir abraçado debaixo do cobertor em uma noite fria com você.
Sei que para muitos podem parecer coisas simples,
mas esses são uns dos meus maiores sonhos.
"Todo amor que houver nessa vida."

sábado, 19 de novembro de 2011

Ama-me...


a metade do que eu te amo.
Deseja-me...
a metade do que eu te desejo.
Sonha...
a metade do que eu sonho contigo.
Sorri...
a metade do que eu sorrio quando te vejo.
Pensa em mim...
a metade do que eu penso em ti.
Faze por mim...
a metade do que quero fazer por ti.
Vive...
a metade do que eu quero viver contigo.
Chora...
a metade do que eu tenho chorado por ti.
Luta...
a metade do que eu tenho lutado por ti.
Talvez assim, e só assim,
tu entenderás
a dimensão desse meu amor.

SEDUÇÃO



Eu quero a sedução destes teus olhos,
Eu quero esta beleza feita flor
Que traz tanta alegria, tantos molhos,
E faz brotar assim, meu grande amor...

Eu quero neste orvalho matinal,
Matar a minha sede e meu desejo.
Levando a fantasia no embornal.
Deitando em meu amor, um doce beijo...

Sonhando com amor, distante mundo,
Carinhos que preciso quando afagas.
Deste dilúvio, tonto, já me inundo,

Buscando teu amor, infindas plagas...
Eu quero ser acaso sem ocaso,
De tanto amor que tenho, até me caso!
MARCOS LOURES

DOCE..

Teu coração tão doce, em tal ternura,
Vibrando nos acordes da paixão.
Rompendo toda mágoa e desventura,
Fazendo deste amor nosso refrão...

Do sol formoso em tarde sempre cálida.
Das nuvens que esvoaçam, sem parar...
A mão tão carinhosa. A noite pálida,
As ondas e os destinos, preamar...

Evoco esses momentos tão ditosos,
Espero a mansidão deste cenário.
Os beijos que trocamos; tão nervosos,

Jamais teremos dias temerários...
Apenas a promessa tão ardente,
Viver o nosso amor, eternamente!

Marcos loures

Medo e Alivio



Rezo, por nao perde-lo
Medo de perde-lo
Medo do vazio
Medo da vida

Mas se perco
o que sentir
o medo de sentir alivio
ou o alivio de sentir o medo

Medo de pensar
medo de sofrer
medo do inesperado
o medo de viver

Medo de nao aguentar
de nao poder ve-lo
de nao poder senti-lo
de nao poder toca-lo

Alivio e medo
entrelaçados
confusoes e angustias
em nossos coraçoes

em nossos pensamentos,
escorregam lagrimas
entre o alivio e o medo

o que fazer.

Cristina Borges

NO CARRO COM UM ESPÍRITO

Conto: NO CARRO COM UM ESPÍRITO

No dia que soube da morte do Senhor A, através da sua ex, fiquei intrigado. Dei as tradicionais condolências e entrei no carro rumo à outra cidade.
-Você tem religião? perguntou uma voz do meu lado, no banco do passageiro.
-Não, por quê? Respondi sentindo um frio na barriga, pois estava sozinho.
- Acredita em espírito? Perguntou a voz.
-Sim, respondi sentindo do meu lado que alguém invisível falava comigo.
- Se não tem religião, por que acredita em espírito?
- Sei lá, mas acho legal pensar que a coisa não termina aqui, respondi
- Putz, estou procurando alguém pra me comunicar e encontro com um imbecil como você, merda viu. Mas é o seguinte, sou o Senhor A, que a pouco falava minha ex, sei que morri, mas não aceito, trabalhei anos e quando fui usufruir do meu suor, um maldito câncer me pegou. Quero que você fale para minha ex que não quero deixar a vida terrena, vou ficar na minha empresa, de lá eu não saio, você fala pra ela?
Expliquei ao Senhor A, que não podia fazer isso, pois sua ex era de outra religião, que abomina a idéia de vida após a morte. Disse que nada podia fazer, alias eu nunca tinha falado com um espírito antes.
-Bunda mole!, Vou indo nessa, quem sabe acho alguém mais competente por ai, e não precisa parar o carro para eu descer, se é quem você me entende.
A voz repentinamente silenciou, e pensei; nem sempre podemos escolher pra quem a gente dá carona.

ROSE DIAS

MELANCOLIAS DE OUTONO



Ah versos "moços", como tão belo seria,
Possuir hoje, a congratulante emoção,
De edificar-vos (já que moça me sentia)
O meu verdor, a vosso verdor, dar a mão!

Mas minh’alma, esta patética cotovia,
Vendo que há muito, eu deixara de ser “botão”,
Dá tal melancolia, a sua sinfonia,
Que eu não preitearia, vossa condição!...

Sou no meu Outono, tal qual a flor murchando,
Ao menos, que uma gota de “orvalho” me dota,
A musa sublime, rolando e me inspirando!...

Tão clara, nela transparece uma saudade…
Ah versos "moços", sabei que essa clara gota,
É uma lágrima, pela minha mocidade!

Maria do Sameiro Matos

Do livro :( já editado) "ESTRO DE MULHER"

ANTE UMA FOLHA DE OUTONO



Na verdade, o bem, nem sempre nos dura,
E muitas vezes, é por demais, breve;
Chega até nós e como folha leve,
Voará, dando lugar à amargura…

Ai que saudades da minha frescura,
Ver no meu espelho, esses encantos de Hebe,*
Mais do que ontem. Hoje minh’alma percebe,
Que remar, contra a maré, é loucura…

Será que, tal como eu, tu folhinha,
Também já lidaste com a quimera,
Pensando que teu Outono, não vinha?

Calendário das vida, quem me dera,
Que isto, fosse do sonho partidinha,
E acordasse, na minha Primavera!

* Deusa da mocidade

**************************

ESPERA MOCIDADE


Mocidade minha, deixa de correr tanto!
Afrouxa e comigo fica, mais um bocado;
Não abales mais, a minha quimera de anto,
Teu correr lhe tem sido, acanto indesejado…

Meu olhar, já irradia centelhas de pranto,
E meu sorriso, já é mais amarelado….
Valerá noss’alma, ter um frescor de encanto,
Se a par, tivermos, nosso visual cansado?

Ontem te achava lenta, oh que juízo louco,
Uma quimerista, entre nuvens cor-de-rosa,
Julgando ir ter, a vivaz frescura da lua…

Porém, rugas e cãs, me acordam, pouco-a-pouco,
E tu amiga, ante minha prece chorosa,
Prossegues indif’rente, na corrida tua…

***************************

VIVENDO TANTO AMOR...



Falar deste meu canto sem paragem
Nas margens deste mar que nunca veio.
Fazendo sem amo qualquer bobagem;
Vivendo tanto amor, vou sem receio...

Eu quero este perfume quando exalas,
Eu quero a sensação de liberdade,
Ouvindo o teu respiro quando falas,
Em tudo que tiver, felicidade...

Eu quero um só momento do teu lado.
Eu quero a vida inteira se puder.
De tanto que te amei,vou encantado,

Irei seguir teu rastro onde quiser.
Tu és o que sonhara em minha vida,

Lembrança sem Voz


Soni@ Pallone

"...Sou um grito de socorro sem a garganta gritante
Visgo do fogo simulado
Gemido de criança com medo...
A mão que me feriu morreu,
não viveu pra acarinhar...
Densas nuvens flutuam sobre essas lembranças,
enquanto consumo o quinhão que me resta,
ocultando em meu corpo
rumores habitados
nas veias do meu silencio..."

Desespero





Não eram meus os olhos que te olharam
Nem este corpo exausto que despi
Nem os lábios sedentos que poisaram
No mais secreto do que existe em ti.

Não eram meus os dedos que tocaram
Tua falsa beleza, em que não vi
Mais que os vícios que um dia me geraram
E me perseguem desde que nasci.

Não fui eu que te quis. E não sou eu
Que hoje te aspiro e embalo e gemo e canto,
Possesso desta raiva que me deu

A grande solidão que de ti espero.
A voz com que te chamo é o desencanto
E o esperma que te dou, o desespero.

Ary dos Santos, in 'Liturgia do Sangue'

Amar o mar…



Eu gosto de vogar na onda
Desse mar que eu amo tanto
Que a onda nunca te esconda
Desse olhar com um quebranto

Quando olho para essas ondas
Que o mar faz no mar alto
Só espero que não te escondas
Nem me ponhas em sobressalto

Gosto do mar infindo
E por tudo o que ele dá
Tormentoso não é bem-vindo
Mas é assim que às vezes está

No Verão, visto de terra
Lá longe no infinito
A onda se parece serra
É o mar… É tão bonito

E quando em cima do mar
A bordo de um navio
Nas águas vamos amar
E nunca sentir o frio

É lindo, é uma beleza
Tudo aquilo que ele contém
Disso podem ter a certeza
O mar é limpo como ninguém

Armindo Loureiro – 18/11/2011 – 14H25

Tempo



Irrigo meu coração
Na embriaguez sensata do vento!
E corro através da consciência muda
Dos meus sentimentos.
Pego em minhas maõs
Todos os sonhos emoldurados
Nos cenários da minha existência...
E os abraço como se fossem criança
Dormindo serena em meu colo,
Abençoada pelo luar hipnotizado
Pelo tempo!...

A pouco percebo de mim,


Já pouco sou por dentro,
Desfolho a poesia,
Sem compasso,
Brinco com as palavras,
Sem elas me entenderem.

Junto alguns cacos,
Rasgados e quebrados
Pelo tempo,num instinto primitivo.

Tenho medo de me afogar,
Neste choro de embalar,
Grito clemência sem saber,
Onde errei.

Perco as letras da imaginação,
Tomada pelo cansaço,
Deixo a essência escrita,
E nem disfarço o meu pensar.

Telma Estêvão

NÃO TENHO TEMPO...


Muitas vezes fico falando comigo mesma...
e nessas conversas eu percebo como o tempo...
muda nossa forma de pensar e ver as coisas...
que antes dávamos tanta importância...
Percebi que não tenho tempo nem paciência...
para lidar com mediocridades...
com as pessoas que adoram ser badaladas...
que adoram reuniões apenas para ostentar status...
não tolero pessoas que se gabam do que têm...
do que são...
do que usam...
como se uma etiqueta mudasse a personalidade de alguém...
Ah ! e os invejosos ???
quanta babaquice querer o lugar...
o talento...
a beleza...
a sorte ...
o lugar ao sol do outro...
Não tenho tempo para projetos faraônicos...
mas fico muito feliz quando termino uma biju...
e vejo o quanto ficou bonita...
não tenho tempo para pessoas melindrosas...
manhosas...
chatas...
que já acordam reclamando...
que não se gostam...
que odeiam chuva porque molha...
que detestam sol porque esquenta...
que fogem do vento porque desmancha os cabelos...
mas eu adoro pessoas que são inteiras...
felizes como são ...
como se mostram...
felizes com a vida...
que comem um sanduíche de pão com mortadela...
como se fosse o melhor prato...
que adoram andar descalças...
correr na praia...
sentir o vento...
molhar os pés...
AMAR A VIDA !!! (Noêmia Costa) 18/11/11

Os Velhos



Diz que há-de vir
uma era justa e boa
em que o valor da pessoa
se mantém quando envelhece.
Está no trabalho que fez.
P'ra conseguir uma coisa como esta
dava o sangue que me resta.
E era como se tivesse
nascido mais uma vez.

Deram-nos este banco de avenida
onde a sombra nos dói e a tarde gela
e daqui vemos nós passar a vida
sem que a vida nos sinta perto dela.

E assim nos atiraram para fora
das coisas que ajudámos a fazer.
Ai, como o sol aquece pouco agora.
Ai, muito custa à noite adormecer.

Refrão:
Diz que há-de vir…

Fomos pedreiros, varredores, ardinas
Fizemos casas, cultivámos terras,
Criámos gado, entrámos pelas minas,
Demos os filhos para as vossas guerras.

Demos as filhas para vos servir,
Cortámos lenha para a vossa fogueira.
E o tempo a ir-se, e a gente a pressentir
Que vos demos sem querer a vida inteira.

Refrão:
Diz que há-de vir…

E ainda é sangue o que nas veias corre.
Ainda é raiva o que nos dobra a mão.
Ainda ecoa um sonho que não morre
No nosso velho e atento coração.

Refrão.
Diz que há-de vir…

Poema: Hélia Correia

ESTOU OCUPADA...

 Não tenho tempo para odiar quem me odeia, não tenho tempo para brigar com quem não me entende, não tenho tempo para me preocupar com quem não se importa comigo, sabe por que?

Porque eu estou ocupada amando quem me ama, falando com quem me entende e lutando por aqueles que se importam comigo.

A vida é muito curta para ser jogada fora com pessoas vazias e sem noção
...
Não preciso de me drogar para ser um génio; não preciso ser um génio para ser humano, mas preciso do seu sorriso para ser feliz...não me julgue louca porque estou sempre a sorrir!!!

Se jogo peço carona aos aviões que passam ou se jogo pedras na lua não me julgues ..é a forma que encontro pra te fazer sorrir!!

Se converso com a parede quando te vejo ao meu lado ; eu não sou louca ..faço isso apenas para te distrair..

Por favor amigos eu sou feliz assim , dentro da minha total loucura , jamais agi assim para te agredir !

Me aceite como sou..não sou má pessoa ..sou apenas feliz

Jamais me julgue apenas pelo meu nome ou endereço...principalmente se isso é tudo que você sabe de mim ...Enquanto você fala eu sorrio pra ti !!!

NÃO TEMA



Se tens medo de dar um passo adiante por temeres que tua atitude seja criticada, mal vista, refutada ou banalizada...
Se tens vergonha de seguir em frente com teu desejo por teres receio de se ver derrotado, humilhado ou rechaçado...
Se te acovardas em dar andamento na empreitada da tua vida por achares que não alcançarás o sucesso e não suportaras a dor do fracasso...
Se não lutas por teu sonho por creres estar sonhando sozinho e te veres isolado num mar de dúvidas que te impedem de dar o primeiro passo...
Sentencias-te então tu mesmo a derrota e a ela estás fadado.
Não tema segue em frente, vitória e derrota são dois mentirosos que apenas amordaçam a vida.
Ande, lute, conquiste, serás sim glorioso.

Henrique d’ Almeida.

"Sente-se.



Está sentado?
Encoste-se tranquilamente na cadeira.
Deve sentir-se bem instalado e descontraído.
Pode fumar.
É importante que me escute com muita atenção.
Ouve-me bem?
Tenho algo a dizer-lhe que vai interessá-lo.

Você é um idiota.

Está realmente a escutar-me?

Não há pois dúvida alguma de que me ouve com clareza e distinção?
Então Repito: você é um idiota. Um idiota.
I como Isabel;
D como Dinis;
outro I como Irene;
O como Orlando;
T como Teodoro;
A como Ana.
Idiota.

Por favor não me interrompa.
Não deve interromper-me.
Você é um idiota.
Não diga nada.
Não venha com evasivas.
Você é um idiota.
Ponto final.

Aliás não sou o único a dizê-lo.
A senhora sua mãe já o diz há muito tempo.
Você é um idiota.
Pergunte pois aos seus parentes.
Se você não é um idiota...
claro, a você não lho dirão, porque você se tornaria vingativo como todos os idiotas.
Mas os que o rodeiam já há muitos dias e anos sabem que você é um idiota.
É típico que você o negue.
Isso mesmo: é típico que o Idiota negue que o é.
Oh, como se torna difícil convencer um idiota de que é um Idiota.
É francamente fatigante.
Como vê, preciso de dizer mais uma vez que você é um Idiota e no entanto não é desinteressante para você saber o que você é e no entanto é uma desvantagem para você não saber o que toda a gente sabe.
Ah sim, acha você que tem exactamente as mesmas ideias do seu parceiro.
Mas também ele é um idiota.
Faça favor, não se console a dizer que há outros Idiotas: Você é um Idiota.
De resto isso não é grave.
É assim que você consegue chegar aos 80 anos.
Em matéria de negócios é mesmo uma vantagem.
E então na política!
Não há dinheiro que o pague.
Na qualidade de Idiota você não precisa de se preocupar com mais nada.
E você é Idiota

(Formidável, não acha?)"

Bertolt Brecht

FLUTUAR

Neste coração que flutua,
Em meu corpo e oculta,
Seu bater inflamado,
Lavro a calçada polida,
Pela própria história.

Banho meu corpo e
Lavo a minha alma,
Em cada oceano salpicado,
Pelo prateado da lua.

Grito em silêncio,
Ás estrelas a vontade de resistir,
A tanta dor.

Minha alma estremece,
De saudade,de dias tontos
E de arrepios de pele,
Perdidas de emoções ,
Já há muito sentidas.

Telma Estêvão

DESEJO





Desejo a vocês...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.
Carlos Drummond de Andrade

CLARICE

Acordei hoje com nostalgia de ser feliz.
Eu nunca fui livre em toda a minha vida.

Por dentro eu sempre me persegui.
Eu me tornei intolerável para mim mesma.

Vivo numa dualidade dilacerante.
Eu tenho uma aparente liberdade mas estou presa dentro de mim.

Clarice Lispector.

AUSÊNCIA


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade

Quero


Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.

No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.

Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.
Carlos Drummond de Andrade

Quero


Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.

No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.

Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.
Carlos Drummond de Andrade

VINICIUS

Poética-Vinícius de Moraes.

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.

CECILIA


Vimos a Lua nascer, na tarde clara.
Orvalhavam diamantes, as tranças aéreas das ondas
e as janelas abriam-se para florestas cheias de cigarras.

Vimos também a nuvem nascer no fim do oeste.
Ninguém lhe dava importância.
Parece uma pena solta – diziam.
Uma flor desfolhada.

Vimos a lua nascer, na tarde clara.
Subia com seu diadema transparente,
vagarosa, suportando tanta glória.

Mas a nuvem pequena corria veloz pelo céu.
Reuniu exércitos de lã parda,
levantou por todos os lados o alvoroço da sombra.

Quando quisemos outra vez luar,
ouvimos a chuva precipitar-se nas vidraças,
e a floresta debater-se com o vento.

Por detrás das nuvens, porém,
sabíamos que durava, gloriosa e intacta , a lua.
Vimos a Lua nascer, na tarde clara.
Orvalhavam diamantes, as tranças aéreas das ondas
e as janelas abriam-se para florestas cheias de cigarras.

Vimos também a nuvem nascer no fim do oeste.
Ninguém lhe dava importância.
Parece uma pena solta – diziam.
Uma flor desfolhada.

Vimos a lua nascer, na tarde clara.
Subia com seu diadema transparente,
vagarosa, suportando tanta glória.

Mas a nuvem pequena corria veloz pelo céu.
Reuniu exércitos de lã parda,
levantou por todos os lados o alvoroço da sombra.

Quando quisemos outra vez luar,
ouvimos a chuva precipitar-se nas vidraças,
e a floresta debater-se com o vento.

Por detrás das nuvens, porém,
sabíamos que durava, gloriosa e intacta , a lua.


Cecília Meireles

Amo-te

Poesia de vinícius de Moraes.

Amo-te tanto, meu amor...não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Nunca, sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidad e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de amar assim muito amiúde
É que um dia em teu corpo de re e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistérioepente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

A VIDA DE HOJE EM DIA


No início normalmente sempre tão confusa
Tantas dúvidas e questionamentos a mil
Inseguranças aos poucos vão se impondo.
Oscilações surgindo na mente e no coração.

Com o tempo começamos
a ser mais blindados e reservados
Deixamos de fazer até colocações
Escondendo sentimentos...
Começando a armazenar, a acumular,
enchendo nosso baú.
No tempo ‘mocosamos tralhas’
que nem lembramos mais.

Tantos segredos têm que só nós sabemos.
Como vamos aprendendo a nos policiar!
Vamos-nos policiando, policiando, policiando,
Que chega uma hora nem mais nos conhecemos.

E ai vem a volta para tentar
novamente se encontrar.
Desembaraçar o novelo
formado pelos inúmeros erros,
Pelas escolhas erradas,
pelos sentimentos equivocados.
E aí tudo vai sendo atropelado
no transcorrer do ser...

Tantos questionamentos
vão surgindo nos íntimos...
Mesmo em alguns poucos anos,
que seja aos quinze,
Tão confusos e perdidos
muitos jovens se encontram
Assim como uma boa parte
de nós ‘coroas’ não fica atrás.

Como orientar então os jovens
se os pais quarentões
Muitas vezes se encontram
mais perdidos que os filho?
Como pode se mostrar
o caminho e ensinar alguém,
quando se está confuso,
desnorteado e perdido também?

‘A felicidade provém do íntimo, daquilo
que o Ser humano sente dentro de si mesmo’
Roselis Von Sass (graal.org.br)

Páscoa


Neste Belo Domingo de Ramos,
Período que antecede a Páscoa e período de amizade,
Devemos estar perto dos que mais amamos,
Gozando assim de plena felicidade.

É um período de reflexão,
E também de muita partilha,
É o período da paixão,
Que traz em nós a Divina maravilha!

É um período de amor,
E também de vitória,
Cantemos pois ao Senhor,
Cânticos de Louvor e Glória!

O Senhor morreu por todos nós na Cruz.
Tendo depois ressuscitado ao terceiro dia,
Seguimos pois o seu caminho de luz,
E exultemos de alegria!

Fernando José Dulce Mouquinho

NOSSO MOMENTO



Tão boa esta alegria
Que meu coração hoje abriga
Recheado de emoção.

Como é boa esta paz tão leve
Que me deixa tão suave
Voa, sem medo do chão

Aquela hora que agora é nossa
Quase a mesma todos os dias
Momentos de paz, aproximação.

Que bom que isto está acontecendo
Sentir um queimar no peito verdadeiro
Que agora teima em andar a me rondar.

Chego a ficar ansioso
Ocupando-me o tempo todo
Esperando o momento de outra vez te encontrar

Gosto de alimentar a esperança
De que finde a tarde bem ligeiro
Termos novamente o outra vez nós dois.

Henrique d’ Almeida.

GALILEU

E a memória dum mundo outro?
E as inimagináveis formas
Os inexplorados espaços?
E o Tempo sem relógios
Sem certas horas?
Não valia o cheiro de uma flor
A tua verdade...
Não é assim,Galileu Galilei?
Não valia um debruçares-te na ponte Vecchio
Numa manhã - qualquer manhã
Em que não interrogavas o Arno
Apenas aspiravas o seu cheiro
Com a tranquilidade a pingar da tua cabeleira...
Não Galileu
Tu não traiste a Verdade
Nem sequer a ti próprio...
Afirmaste
Acima da mediocridade dos que te julgaram,
A beleza do mundo
E a fascinação pelo imperscrutável mistério do Universo

Pedro Moura

Bálsamo


Mesmo nesses momentos
Em que a alma é um deserto imenso
Longa planicie de silêncios perfilados...
Mesmo nesses momentos
Em que a solidão crava os seus acerados dentes
no meu tenro coração aflito...
Sobretudo nesses momentos
Existe um pássaro ou um rio que me chamam
(Nem que seja do fundo da memória)
Para que com eles seja pássaro ou rio
Até que que o coração se acalme...

Pedro Moura

QUERO OLHAR OS TEUS OLHOS




Quero olhar os teus olhos
e perceber a tua alma.
Quero ter teu aconchego
dar-te todo o meu amor
o que quiseres eu não nego
és a luz da minha vida,
à minha vida dás cor.
Teu amor é uma candeia
que acendes e me ilumina
ao mar para dar amor,
as ondas do nosso corpo
pois é nelas que combina.
Prometo-te vou segurar
a tua mão com ternura
só a ti vou dedicar
o meu amor com loucura.
O amor de todas horas
e de todas as dimensões
sofro se tu te demoras
as mais loucas ilusões.
O meu amor não se esgota
nem nos percalços da vida
dar meu sangue gota a gota
não é esperança perdida.
Este amor transcende o tempo
e explora um novo mundo
não se esgota num momento
o nosso amor é fecundo
pois enfrenta as tempestades
e supera quaisquer maldades.

Joaquim Barbosa