Assistente Social Em Práticas Integrativas Complementares.

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Ciências Tradicionais Holisticas

domingo, 17 de julho de 2011

Esposas em conflito

Resumo do Livro

Esposas em conflito Direção: Bryan Forbes Estados Unidos, 1975 Mulheres Perfeitas Direção: Frank Oz Estados Unidos, 2004 Por Tatiana Farah Tem algo de muito feio em Stepford. O ano é 1975. As ruas estão tranqüilas. O chão da cozinha é um espelho. Todos os homens freqüentam um clube masculino e quase todas as mulheres são adoráveis donas-de-casa, esposas obedientes e incansáveis máquinas sexuais. Quase todas: a fotógrafa Joanna Eberhart (Katharine Ross, de Butch Cassidy & Sundance Kid) e sua amiga Bobby ainda não se integraram à felicidade daquelas mulheres. Elas são recém-chegadas à cidadezinha. Com as bruscas mudanças de humor do marido e de comportamento de Bobby, Joanna começa a elucidar o enigma de sua tragédia. Em Stepford, os maridos, desiludidos com a independência feminina na cidade grande, recorrem a um "cientista" que havia feito fortuna construindo os robôs da Disney. Mas, ali, as máquinas fazem mais que roubar a cena dos filmes. Elas substituem as mulheres em todas as suas tarefas. Por "tarefas" leia-se amar, limpar, cozinhar, criar os filhos e pensar. Pensar, mas não muito. O filme Esposas em conflito (The Stepford wives) chegou em DVD ao Brasil no final do ano passado. O inglês Bryan Forbes seguiu à risca a história homônima do escritor Ira Levin (de O bebê de Rosemary) e conseguiu fazer um bom thriller de suspense, com pouco dinheiro e um elenco nada estelar. O filme não passou pelos cinemas brasileiros e vez ou outra premiou os insones pelas madrugadas na TV. Desde que o filme estreou nos Estados Unidos, na década de 70, o termo Stepford wife se tornou uma gíria para definir o estilo de mulher bonita, caseira, dondoca e sem opinião própria. Acabou se estendendo não só às mulheres, mas a qualquer pessoa. Seguramente a gíria ganhou mais celebridade que o filme. Mas o "Stepford way of life" voltou à tona com o remake Mulheres perfeitas, dirigido por Frank Oz no ano passado e que está também disponível em DVD. Além da bela Nicole Kidman, a versão anabolizada tem Christopher Walken como o suposto cientista mau-caráter,Glenn Close, como sua mulher, e Bette Middler, como Bobby. Deixa de ser drama ou suspense e parte para a comédia, patinando muitas vezes para a falta de graça. O ano é 2004. As ruas continuam tranqüilas. O chão da cozinha ainda brilha. As cores de Stepford na versão de Frank Oz estão mais vivas, assim como as mulheres-robôs. Só perde a cor o tom de crítica que o original imprimiu na década de 70. Enquanto no mundo real as mulheres se firmavam no movimento feminista, em Stepford as robôs eram treinadas até para... bem, é melhor não contar. Mas é bom lembrar que é uma história de terror. Assim como em O bebê de Rosemary, Ira Levin coloca a mulher em uma situação em que não se sabe até que ponto a maior ameaça é a loucura ou se o inferno é mesmo "os outros". ”Por quê?”, pergunta uma atônita Joanne ao cientista maluco. “Porque nós podemos - simples assim”. É a resposta de quem está no comando. Mas, na versão colorida, engraçada e politicamente correta que permeia grande parte dos filmes do século 21 em Hollywood, tudo fica pasteurizado. Não cabe o conflito machismo x feminismo. Não cabem muitas discussões. É preciso entreter e emburrecer um pouco a platéia. É preciso passar a "mensagem" de que todos os conflitos estão superados. Será? Então, o filme sofre várias peripécias. O cientista maluco é, ele mesmo, um robô. As mulheres-robôs não são robôs, mas vítimas da nanotecnologia, com implantes de chips controladores de sua vontade. A mente malévola é de uma mulher. Uma já malévola personagem desde os tempos dos 101 Dálmatas. E, no final, tudo acaba bem. Porque tudo acaba bem quando acaba em Hollywood. E o amor vence. Mesmo quando se vive numa cidade de maridos patéticos com suas mulheres que não suam. Mas a vontade de ter uma mulher que se possa controlar, apalpar e jamais se preocupar com o que os seus olhos dizem, ah, isso é discussão para outros tempos. Talvez para filmes franceses. Ou livros. Aliás, Hoffmann, no conto "O homem de areia", recentemente publicado na coletânea Contos fantásticos do século 19 escolhidos por Italo Calvino, já apresenta a primeira mulher-robô. O jovem Natanael se apaixona por ela, Olimpia, e está feita a sua desgraça. Para os que não sabem distinguir os humanos

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