Assistente Social Em Práticas Integrativas Complementares.

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Ciências Tradicionais Holisticas

terça-feira, 6 de maio de 2014

Óleos Carreadores -

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Esta é a primeira de uma série sobre os óleos carreadores.


Os óleos carreadores são óleos gordurosos que não podem ser obtidos pelo processo de destilação, mas pela prensagem de sementes, nozes e amêndoas.

Muitos óleos carreadores são utilizados na alimentação, como é o caso do girassol, soja, gergelim, etc. Outros, por sua vez, podem ser utilizados apenas em massagens, o que vale também para todos aqueles usados para a alimentação. O princípio básico é o seguinte: todo óleo vegetal que pode ser usado na alimentação, pode ser usado para massagem.


A palavra carreador vem da palavra “carregar”, aquele que serve de veículo. Estes óleos são considerados veículos para os óleos essenciais penetrarem através da pele. Na massagem eles também facilitam o deslizar das mãos sobre o corpo do paciente.

Os óleos carreadores podem ser encontrados como refinados ou não-refinados o que pode interferir em muito em suas propriedades terapêuticas. O problema com os carreadores está no fato de que quando eles passam pelo processo de refino perdem a maioria das propriedades terapêuticas que eles possuem naturalmente. Prefira então o não-refinado. O que dá o cheiro característico aos óleos vegetais gordurosos é a presença de óleo essencial em sua constituição (desde que este seja não-refinado).

Cada óleo carreador é constituído por um conjunto de ácidos graxos (gorduras) diferentes. São centenas de tipos de ácidos graxos, sendo que cada qual irá possuir propriedades diferentes e específicas. Existem gorduras sem muita utilidade e outras com potenciais infinitamente grandes e isso faz muita diferença entre um carreador e outro quando são utilizados na massagem, alimentação e terapêutica.

Hoje em dia grande parte dos óleos vegetais comercializados, como o óleo de amêndoas e semente de uva, por exemplo, são óleos completamente montados a partir do óleo de soja.

Entre os carreadores, alguns são mais indicados para determinados tipos de pele conforme sua densidade própria. Os óleos indicados para pele oleosa podem ser empregados em peles secas, porém não se deve fazer o contrário. Evite o uso de óleos carreadores em peles com problema de acne e inflamadas.

Óleos para peles secas:
Óleo de amêndoas
Óleo de rícino
Manteiga de cacau
Manteiga de cupuaçu
Óleo de amendoim
Óleo de abacate
Azeite de oliva
Óleo de castanha do Pará
Óleo de maracujá prensado a quente

Óleos para peles normais:
Óleo de milho
Óleo de gergelim
Óleo de soja
Óleo de apricot
Óleo de jojoba
Óleo de calêndula
Óleo de semente de uva
Óleo de neen
Óleo de maracujá prensado a frio

Óleos para peles oleosas:
Óleo de semente de uva
Óleo de girassol
Óleo de avelã
Óleo de noz
Óleo de prímula
Óleo de germe de trigo
Óleo de babaçu, tucumã, côco da Bahia, palmiste e murumuru
Óleo de canola
Óleo de linhaça

Métodos de extração

Existem dois métodos de se extrair o óleo carreador de matéria prima. A primeira é por pressão a frio: neste processo as sementes são esmagadas por uma prensa causando a drenagem do óleo para fora da mesma.

O segundo método é a extração por solvente: a polpa é saturada com um solvente (geralmente hexano) que dissolve a maior parte do óleo presente na polpa; a massa resultante é então filtrada e o solvente evaporado por aquecimento.

Muitos óleos existentes no mercado são vendidos como virgens ou extra-virgens. Quanto à denominação de virgem, ela irá corresponder à segunda prensagem da matéria prima, sendo que à primeira prensagem se dá o nome de extra-virgem. As únicas exceções são o azeite de oliva, óleo de nogueira (noz), avelã e outros poucos. No caso do azeite, após a segunda prensagem se extrai o óleo que sobrou na polpa através da fervura em banho-maria do material. É importante frisarmos que muitos destes óleos taxados desta forma são propaganda enganosa, pois são extraídos por solventes.


Outros tipos de carreadores são os óleos produzidos por maceração onde a erva, flor ou semente é infusa por um determinado período de tempo em um óleo vegetal qualquer (soja, girassol, etc.) até que a matéria prima passe para o óleo solvente todas as suas propriedades terapêuticas. Este processo às vezes é acelerado pela fervura do óleo em banho-maria.

Principais indicações de alguns óleos carreadores

Abacate não-refinado (Persea americana)

Prensado a frio e filtrado sem o uso de solventes. O óleo é derivado da polpa do fruto e não do caroço, pois o óleo presente no caroço é tóxico. O óleo contém uma alta proporção de ceras. De média oleosidade, este óleo é rico em proteínas, vitamina A, vitamina do complexo B, vitamina D e E, lipídios, aminoácidos, sais minerais e substâncias antibióticas. O óleo de abacate é bom para todos os tipos de pele, mas especialmente para as secas, assim como peles sensíveis. Atua na epiderme, deixando a pele macia e flexível. Pode ser usado como amaciante dos cabelos e nutriente para a pele. Excelente como óleo para massagem, principalmente quando misturado com óleos essenciais. Nutre e restaura peles secas, maduras, desidratadas ou envelhecidas. É um óleo pesado e por este motivo recomenda-se misturá-lo a outro óleo carreador. Ótimo para peles com problemas, especialmente eczemas e psoríases, com resposta rápida, pois contém Vitamina A e E. Aumenta o colágeno na pele, é um anti-inflamatório natural, previne a cegueira degenerativa macular, previne arteriosclerose, melhora a imunidade e é antioxidante. Rico em fitoesteróis, substâncias que contribuem para a prevenção de diversas doenças, ajudando a equilibrar o sistema hormonal da mulher no alívio dos sintomas da TPM e menopausa. Riquíssimo também em beta-sitosterol, indicado para hiperplasia prostática. Contém entre 40 e 50% de ácido oléico (bom para o colesterol). Rico em gorduras monoinsaturadas (reduzem os níveis de colesterol LDL, considerado o colesterol ruim).

Turva-se naturalmente em dias de baixa temperatura e solidifica-se quando resfriado. A indústria cosmética considera esta característica natural do óleo não atrativa à venda e tende a refinar o óleo, o que leva à remoção das propriedades que distinguem o óleo de abacate dos outros óleos vegetais como as vitaminas, proteínas e sais minerais. Quando refinado não turva-se a baixas temperaturas, é inodoro e sem cor, enquanto o natural não-refinado retém a cor verde escuro, freqüentemente possui resíduos e possui um odor forte de nozes. Rancifica rapidamente.

O natural não-refinado normalmente é empregado na diluição de 10 a 50 % por ser um óleo mais caro.

Abóbora (sementes) (Curcubita peppo)

O óleo é extraído das sementes da abóbora por prensagem a frio. Pesquisas científicas têm provado que o óleo de sementes de abóbora possui efeitos positivos no tratamento de problemas da vesícula, congestão e cálculos e próstata (hiperplasia) - rico em beta-sitosterol. Atualmente têm sido considerado um dos melhores produtos naturais para o tratamento e prevenção de problemas da próstata, dando suporte também à virilidade masculina e feminina e no tratamento de queda de cabelo. Este óleo pode ser usado tanto interno, quanto externamente, auxiliando no combate ao DHT, que é o hormônio que penetra nos receptores dos folículos pilosos, iniciando um processo de miniaturização, enfraquecimento e perda dos cabelos. Também possui um efeito redutor do colesterol e é efetivo na prevenção de problemas cardíacos e circulatórios. O óleo de semente de abóbora também é uma boa opção para saladas, comparado ao azeite de oliva para este uso.

O óleo de semente de abóbora possui vitamina A, B1, B2, C, E, niacina, ácido fólico, sais minerais como ferro, cobre, manganês, cálcio, zinco e selênio (que é muito importante para o sistema imunológico), ácido linoléico, entre outros.

Apricot (Prunus armeniaca)

O óleo de melhor qualidade é prensado a frio e filtrado sem o uso de solventes. Um óleo altamente nutritivo que possui a mesma consistência do óleo de amêndoas e a coloração amarela pálido. É rico em vitaminas A e C, além de sais minerais. Freqüentemente empregado como regenerador da pele, principalmente do rosto e comumente adicionado à mistura de óleo de massagem. Normalmente não é empregado puro na massagem devido ao seu aroma forte. Um excelente hidratante e ótimo para peles desidratadas, delicadas, maduras e sensíveis. Suaviza peles secas e inflamadas.

Amêndoas Doces ou Amargas (Amygdalus communys L. var. dulce ou var. amara)

O óleo de amêndoas de melhor qualidade é o extraído por prensagem a frio sem o uso de solventes. O óleo de amêndoas prensado a frio é reconhecido por ser levemente espesso e de gosto muito forte.
Contém de 20 a 30% de protídeos, além do ácido oléico, emoliente e hidratante. Pode ser aplicado tanto no corpo como no rosto, sendo amaciante e protetor de tecidos. Usado com freqüência ajuda a prevenir estrias. Auxilia no tratamento anti-rugas, melhora a flexibilidade e a elasticidade da pele. Excelente para qualquer tipo de pele, mas em especial para peles secas, sendo um óleo muito usado em aromaterapia para tratar de eczemas. Ajuda a diminuir irritações e inflamações, suaviza e amacia peles secas. Apesar de ser super lubrificante, não é tão penetrante. Pessoas de pele mais sensível podem apresentar certa alergia ao uso muito prolongado.

Trata-se de um óleo leve. Como o óleo de amêndoa doce rancifica-se rapidamente, deve ser utilizado, se possível, imediatamente após seu preparo. Pode ser usado de 20% a 100% em óleos carreadores mais baratos.

Praticamente todo óleo de amêndoas no mercado brasileiro é adulterado com óleo de girassol ou substituído por apricot. Quando natural, costuma ser refinado.

Andiroba (Carapa guianensis)

As substâncias contidas nos óleos são altamente antiinflamatórias. O óleo é amarelo e sua viscosidade é alta, contendo vários componentes que repelem insetos, entre outras características. A partir destes estudos, várias indústrias começaram a fabricar velas de andiroba. A andiroba tem sido muito empregada pelas suas propriedades repelentes do mosquito causador da dengue, atualmente.

Pode ser empregado puro sobre a pele como um óleo carreador. É utilizado para inchaços, batidas, reumatismo, cicatrização, alergias, psoríases e problemas de garganta. Recomendado para peles ressecadas, rachadas ou com eczemas devido ao seu poder antiinflamatório. Age também como emoliente, anti-séptico, cicatrizante, regenerador de tecido cutâneo e contra o reumatismo, além de ser formador de filme oclusivo. Usado também em escaras, psoríases e coceiras.

O óleo de andiroba pode ser misturado em torno de 10 a 30% no óleo de massagem padrão para potencializar suas propriedades terapêuticas no tratamento de dores e inflamações. Algumas pessoas o utilizam sozinho como carreador sem qualquer diluição. O óleo também não deve passar por refino senão perde toda sua utilidade. Muito óleo de andiroba no mercado vem sendo diluído com girassol para render mais e ficar mais barato.

Abaixo de 38º (ponto de fusão), o óleo de andiroba apresenta consistência semi-sólida. Acima dessa temperatura é um líquido de baixa viscosidade, com coloração variando de amarelo claro a amarelo avermelhado e sabor amargo.

Avelã (Corylus avellana)

Há muito tempo é apreciada para problemas estomacais, infertilidade e nervos. Dela se fazia uma loção para alívio de irritações nos olhos. Hidratante da pele, útil na prevenção de estrias, como substituto ao óleo de amêndoas.

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